A administração da empresa que dirige o Metro do Porto anunciou esta sexta-feira a sua demissão, dado que não foi deliberada em assembleia-geral a eleição de novos corpos sociais. Valentim Loureiro diz-se “pasmado” com indefinição do Governo.
A renúncia ao cargo foi efetuada esta sexta-feira, durante uma reunião de acionistas da empresa portuense, onde a administração se demonstrou descontente, dado que não foi deliberada a eleição de novos corpos sociais.
O presidente da mesa da assembleia-geral, Valentim Loureiro, informou que não surgiu nenhuma proposta com qualquer lista para ser eleita.
Na ordem de trabalhos constava a aprovação de contas, a qual foi consolidada e ainda a eleição de novos órgãos sociais.
Em jogo está o impasse quanto à constituição de uma estratégia de administração da empresa, que deverá ser coordenada junto dos acionistas e da Junta Metropolitana do Porto.
O presidente demissionário, Ricardo Fonseca, cujo mandato cessara em dezembro de 2010, já havia alertado quanto a esta situação, durante a última reunião, em março.
O corpo administrativo deveria contar com sete elementos e atualmente apenas constavam quatro, dos quais três executivos e um vogal não executivo, visto que no ano passado dois representantes do acionista Área Metropolitana do Porto (AMP) abandonaram a empresa.
Marco António Costa deixou o cargo para se tornar no atual secretário de Estado da Segurança Social, e Mário Almeida é presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde.
Já na última reunião de março, Gonçalo Gonçalves, vereador da Câmara Municipal do Porto, tinha deixado o cargo que ocupava na empresa de transportes.
Valentim Loureiro afirmou perante todos a sua tristeza relativamente à situação, dizendo-se “pasmado” com a indefinição por parte do Governo.
De acordo com o novo plano estratégico dos Transportes Públicos 2011-2015, o objetivo do Governo é restruturar as empresas do setor criando uma alienação da Metro do Porto com a Serviço de Transportes Coletivos do Porto (STCP), a qual deverá estar em processo finalizado no final deste ano.
Para tal efeito, é necessário a revisão dos estatutos das empresas, por parte da JMP.
O Governo já declarou que a administração da empresa será reduzida para apenas três elementos, havendo apenas situações de exceção quando se verifique algum caso de extrema complexidade de atuação, onde deverão então constar cinco elementos.