O presidente do Grupo PSA (Peugeot Citroën) afastou a possibilidade do construtor francês de automóveis abrir novas fábricas em Portugal, ao mesmo tempo que elogiou a unidade industrial que a empresa possui em Mangualde.
Carlos Tavares diz que a fábrica do distrito de Viseu é um exemplo de “frugalidade e engenhosidade”, e que essa estratégia pode vir a ser extensível a outras unidades industriais do grupo. “Quem não tem dinheiro tem ideias”, defendeu na sua visita ao nosso país.
O presidente português da Peugeot Citroën diz que o construtor francês não está em situação financeira de poder investir em novas fábricas. “Já temos capacidade de produção a mais. O que temos é de acelerar e melhorar a eficiência das nossas fábricas”.
Para o conseguir Carlos Tavares desmente o rumor da possibilidade de uma fábrica que complemente as já existentes em Vigo e em Mangualde, preferindo destacar “a relação extremamente produtiva e o funcionamento sinergético entre as duas”.
“A Peugeot Citroën olha para elas como uma só unidade industrial, pois cada uma tem as suas limitações. E o que não pode ser feito numa é feito na outra”, explicou o presidente do construtor francês, lembrando que atualmente a fábrica de Mangualde “produz o Citroën Berlingo e o Peugeot Partner e possui uma capacidade de 70 mil veículos por ano”.
“Apesar de se tratar de uma fábrica pequena está muito bem gerida e bem dimensionada para ser relativamente eficiente. A sua organização e criatividade evitam custos inúteis”, destacou.
“A fábrica de Mangualde tem uma cultura de resolver os problemas com frugalidade e engenhosidade e vamos tentar replicar essa criatividade noutras unidades”, sublinhou Carlos Tavares.
O presidente da PSA diz que em termos de ‘ranking’ a fábrica de Mangualde ocupa o oitavo posto, mas que essa classificação, efémera, não é o mais importante: “O que interessa é que continue a ter uma dinâmica de progresso para não perder posições, tendo a capacidade de ser cada vez mais competitiva”.
Carlos Tavares adiantou ainda que a fábrica da Eslováquia é a que compete mais diretamente com Mangualde em termos de custos e eficiência, mas que tem uma maior dimensão e pode produzir até 300 mil carros por ano.
Relativamente à fábrica que a PSA tem em Portugal, o presidente da Peugeot que o seu futuro depende dos “seus resultados e da sua performance”.
Dois fatores que se aplicam às restantes unidades industriais do grupo, e que o facto de ser português não terá qualquer peso numa decisão ditada por questões comerciais.
“Para já a Peugeot Citroën tem de sair da situação em que está. Só se formos competitivos e melhores é que estamos protegidos para o futuro”, frisou.