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Prendem Sócrates para “não tocar em Portas e Barroso”, diz Garcia Pereira

garcia pereira O advogado Garcia Pereira, dirigente do PCTP/MRPP, escreveu no Facebook que “a Polícia Judiciária”, com “a cobertura do Ministério Público e de juízes”, prendeu José Sócrates “depois de ter abortado prematuramente a Operação Labirinto” e para “não tocar em Portas e Barroso”.

Garcia Pereira, advogado e dirigente do PCTP/MRPP, teceu uma das mais violentas críticas ao processo de detenção e prisão (preventiva) de José Sócrates.

Frisando que “o PCTP/MRPP nunca morreu de simpatias por José Sócrates e pelo seu governo, um dos piores que o país teve”, Garcia Pereira recordou várias polémicas envolvendo figuras políticas como Miguel Macedo, Paulo Portas e Durão Barroso para questionar a atuação do Ministério Público e da Polícia Judiciária.

Partilhado no Facebook, o texto de Garcia Pereira enumera ainda os “justiceiros como Rosário Teixeira”, o procurador responsável pela investigação envolvendo José Sócrates.

“Mas não é isso que agora está em causa, quando a Polícia Judiciária, pela mão de famigerados justiceiros como Rosário Teixeira, com a cobertura de agentes do Ministério Público e de juízes como Carlos Alexandre, depois de ter abortado prematuramente a Operação Labirinto no caso dos vistos gold, permitindo que Miguel Macedo e outros altos quadros do Estado, do governo e do PSD pudessem escapar à prisão; depois de deixar à solta Ricardo Salgado, chefe do maior gang de gatunos e financiador das campanhas eleitorais de Cavaco e do PSD, e de não tocar em Paulo Portas e Durão Barroso, a mesma PJ e Ministério Público decidem precisamente prender uma importante figura do Partido Socialista, com quem os actuais dirigentes do PS mais se identificam politicamente”, escreveu o dirigente do PCTP/MRPP.

O post serve de ligação para um comunicado do partido, que pode ser lido na versão completa aqui.

Nesse texto, o PCTP/MRPP considera estar a ser vítima de um “golpe de Estado”: “A rocambolesca e provocatória prisão de José Sócrates realizada ontem à noite pela Policia Judiciária constitui um verdadeiro golpe de Estado em curso, desencadeado por intermédio daquela polícia e que visa directamente os partidos à esquerda do PSD”.

Depois de repetir a parte que Garcia Pereira partilhou no Facebook, o comunicado do partido aponta também o dedo ao silêncio de Cavaco Silva sobre a investigação, a detenção e a prisão preventiva de um antigo primeiro-ministro.

“O PCTP/MRPP não pode deixar de denunciar o facto de o Presidente da República estar a colaborar objectivamente com aquele plano, pois fecha os olhos e deixa passar uma situação que é, para todos os efeitos, de manifesto irregular funcionamento das instituições democráticas e de crise constitucional, e se recusa a usar dos seus poderes para dissolver a Assembleia da República e marcar logo as novas eleições legislativas”, conclui o texto.

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