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PR da Guiné Equatorial anuncia diálogo político para “paz e desenvolvimento”

O Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema, anunciou hoje a convocação de mais um diálogo político em julho, “para preservar a paz e o desenvolvimento que o país conhece atualmente”, num discurso transmitido na televisão estatal.

“O diálogo e a concertação política constituem vias para preservar a paz e o desenvolvimento”, explicou Teodoro Obiang, de 76 anos, à frente dos destinos da Guiné Equatorial desde 1979.

Para o poder dominante, o diálogo político – o sexto sob a presidência de Obiang – é um apelo aos guinéu-equatorianos da diáspora para “retornar à Guiné Equatorial, para encontrar estratégias globais e inclusivas”.

Várias organizações internacionais acusam Obiang de dirigir o país com mão de ferro há mais de 38 anos e de violações constantes dos direitos humanos.

Na Europa, alguns guinéu-equatorianos fundaram partidos políticos de oposição, tendo Severo Moto Nsa, líder do Partido do Progresso, formado um Governo no exílio, em Espanha, enquanto outros opositores do regime de Obiang lançaram uma coligação em França, a Cored.

“Enviamos o nosso convite ao diálogo nacional que convoco hoje a todos os equato-guineenses dispersos na diáspora por razões políticas, por alguns delitos políticos, para que possam regressar”, disse Obiang.

O último diálogo ocorreu em 2014 e cinco partidos políticos puderam legalizar-se, entre os quais Cidadãos para a Inovação (CI) e Convergência para a Democracia Social (CPDS), que se tornou no principal partido na oposição na época.

CPDS e CI acabaram por boicotar o diálogo político instituído por Teodoro Obiang Nguema, em 2014.

O CI foi dissolvido em finais de fevereiro, na sequência de um processo de 147 dos seus militantes, acusados de “sedição, desordem pública, atentados à autoridade e ferimentos graves”.

Militantes foram condenados depois da violência na campanha das eleições legislativas de novembro de 2017, na cidade de Aconibé, reduto do líder do CI, Gabriel Nse Obiang.

O CI chegou a recorrer para o Supremo Tribunal e para o Tribunal Constitucional.

Atualmente, a Guiné Equatorial tem 17 partidos políticos reconhecidos oficialmente.

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