Hélder Postiga quase estragava a festa ainda na primeira parte ao deixar a equipa jogar com 10. Cristiano Ronaldo quase que agradeceu para ofuscar tudo e todos com o primeiro hat-trick na seleção, dedicado ao pai, falecido faz hoje oito anos.

Esqueçam o prémio de melhor jogador do mundo, este homem não é deste planeta.

Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro, nascido no Funchal há 28 anos, demonstrou esta sexta-feira que dificilmente estaremos vivos para ver outro jogador deste calibre nascer para o futebol.

Portugal visitou e venceu a Irlanda do Norte por quatro bolas a duas.

A equipa das quinas colocou-se em vantagem ao minuto 21, por Bruno Alves, mas ainda antes do intervalo, aos 36, Gareth McAuley acabaria por empatar.

O descanso poderia ser algo tranquilo para a equipa portuguesa, não fosse Hélder Postiga ter agredido um adversário e visto o cartão vermelho.

Os irlandeses aproveitaram o desnorte dos portugueses no início da segunda parte e colocaram-se mesmo em vantagem. Golo de Jamie Ward aos 52 minutos.

Depois, bem, depois, apareceu o tal, o gigante, aquele que sempre viu os obstáculos como autênticos desafios e testes às suas capacidades.

Cristiano Ronaldo arrancou para uma exibição de sonho, ofuscando qualquer adversário e qualquer adversidade de uma equipa que jogava apenas com 10. Em 15 minutos, o craque maior da armada portuguesa resolve o jogo, com golos aos 68, 77 e 83.

No final da partida dedicou o jogo ao pai, falecido há oito anos, e pediu a bola da partida, mas merecia que lhe fosse dado o mundo, esse que teima em reconhecer-lhe qualidades e forças sobre-humanas.

Aos 28 anos ultrapassou já Eusébio no número de golos pela seleção, e Pauleta que se cuide, CR7 vai a caminho do topo.

Com esta vitória, Portugal subiu ao primeiro lugar do Grupo F, embora com mais um jogo que a Rússia, que derrotou ontem o Luxemburgo por 4-1.