Um grupo da Polícia Nacional Bolivariana da Venezuela impediu o líder da oposição e presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, de entrar na sede da câmara onde iria ser reeleito no cargo.
O também autoproclamado Presidente interino da Venezuela acusa o Presidente eleito, Nicolas Maduro, de “procurar todas as formas para tentar impedir a reeleição de uma junta diretiva que tem a capacidade para mudar a Venezuela”.
Segundo Juan Guaidó, com o gesto de enviar a polícia para impedir a sua entrada, “a ditadura revela-se, mais uma vez”, pelo que não desistirá de insistir numa sessão que promova a sua reeleição como presidente da Assembleia Nacional.
Para o dia de hoje, estava marcada uma sessão da Assembleia Nacional na qual a liderança da Assembleia Nacional (único órgão de poder que não é controlado pelo Presidente Nicolas Maduro) seria escolhida, reelegendo Juan Guaidó como líder.
Depois de impedir a entrada de Guaidó na sede da Assembleia Nacional, um comandante da Polícia Nacional Bolivariana explicou que a ação se deveu a “garantir a ordem” na instituição.
A polícia ainda permitiu a passagem de Guaidó num primeiro controlo de segurança, mas bloqueou-o mais à frente, enquanto ia permitindo a passagem de alguns outros deputados.
As autoridades justificaram o impedimento de entrada de vários deputados, incluindo Juan Guaidó, por não estarem “legalmente habilitados” para os seus cargos.
A presidência da Assembleia Nacional tem sido invocada por Guaidó como elemento justificativo da sua ação como líder de oposição ao regime de Nicolas Maduro, após uma crise política e social que dura há cerca de um ano.
Foi em virtude da sua qualidade de presidente da Assembleia Nacional que Juan Guaidó se autoproclamou Presidente interino da Venezuela, em 23 de janeiro de 2019, reconhecido por cerca de 60 países (incluindo Portugal) e entrando em rota de colisão com Nicolas Maduro, num confronto que ainda permanece.
Com o apoio da comunidade internacional, Juan Guaidó tem pedido a Maduro para convocar eleições nacionais “livres e transparentes”, perante a recusa do Presidente eleito, que considera ilegítima a ação do líder da Assembleia Nacional.