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PJ reconstitui mortes no Meco e vai inquirir família e amigos das seis vítimas

policia judiciaria2policia judiciaria 510O Diário de Notícias adianta que a Polícia Judiciária (PJ) pretende fazer uma reconstituição dos eventos que levaram à morte de seis jovens da Universidade Lusófona, no Meco. Os inspetores vão inquirir familiares e amigos das vítimas, para perceber se houve práticas ou rituais de praxe.

As mortes do Meco, investigadas pela PJ, vão envolver familiares, amigos e colegas de faculdade dos seis estudantes que perderam a vida, por razões que estão por determinar.

Também alguns moradores que testemunharam alguns acontecimentos, antes da noite de 15 de dezembro, ajudarão os inspetores da Judiciária a avançar na procura de respostas.

São diligências que têm como objetivo deslindar o caso, numa altura em que as praxes académicas estão na agenda mediática, independentemente de ainda não estar provado que estas mortes resultam dessa prática.

Também o sobrevivente da tragédia do Meco, João Gouveia, irá prestar depoimento, mas esta diligência ainda não foi agendada. Segundo a agência Lusa, a família do dux já revelou que o jovem irá esclarecer os factos.

“No local certo e perante as instâncias competentes, no tempo necessário para que todas as diligências sejam efetuadas, o sobrevivente prestará todos os esclarecimentos”, esclarecem os familiares de João Gouveia.

A Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias de Lisboa tem em curso um inquérito interno, que ficará concluído num prazo máximo de 40 dias, sendo que o gabinete jurídico da Lusófona irá ouvir alunos e professores daquela universidade.

O objetivo desta investigação interna da Universidade Lusófona é conseguir uma “aclaração dos factos”, ao mesmo tempo que se “lança luz sobre a génese do acontecimento”.

As famílias das vítimas esperam respostas e estão incomodadas com o silêncio do único sobrevivente, alegado dux (responsável máximo) da comissão que organiza as praxes académicas na Lusófona.

Recorde-se que cinco jovens estudantes perderam a vida, num caso envolto em grande mistério, com dúvidas sobre a existência de uma alegada praxe. As famílias das vítimas querem explicações e o testemunho de João torna-se essencial.

João Gouveia será alegadamente um dos responsáveis das praxes, na Universidade Lusófona, onde todos os estudantes cumpriam a sua formação superior. E suspeita-se de que esta tragédia que provocou seis vítimas esteja associada a práticas de praxe de estudantes. Os jovens foram arrastados por uma onda, numa história estranha.

João Gouveia, dux da Universidade Lusófona que esteve com “amnésia seletiva”, “não está a fugir” ao depoimento. Carlos Poiares, psicólogo e professor, adianta que o jovem irá prestar depoimento logo que possível.

“Ele viveu uma situação traumática que pode conduzir à amnésia seletiva. Neste momento, nem era conveniente que falasse, porque reviveria os acontecimentos”, disse o especialista ao Diário de Notícias.

O sobrevivente está a ser seguido por um psicólogo da Lusófona, a quem caberá avaliara quando o jovem poderá prestar depoimento, acerca do incidente trágico.

A viver o desespero da perda, as famílias sofrem agora com a angústia da procura de respostas sobre esta tragédia do Meco. A Universidade Lusófona de Lisboa quer esclarecer os factos e espera que o inquérito cumpra essa missão.

Entretanto, a PJ já está no terreno e seguem investigações que tentam encontrar as respostas para as misteriosas mortes.

Quaisquer que sejam as motivações das mesmas, a verdade é que as praxes estão na ordem do dia, com vozes contra e a favor destes comportamentos que se tornaram numa tradição académica. Uma tradição que supera, por vezes, as suas fronteiras e entra no capítulo dos abusos.

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