O treinador não tem culpa “que se atirem quatro bolas ao poste”, pelo que Paulo Fonseca está seguro no Dragão. A garantia é de Pinto da Costa, que culpa a arbitragem “vergonhosa” na derrota do FC Porto com o Benfica. “Soares Dias não tem condições para apitar”, afirma.
O presidente do FC Porto, Pinto da Costa, deu um voto de confiança ao treinador Paulo Fonseca na primeira entrevista que deu após a derrota do FC Porto na Luz, com o Benfica. Na passagem pelo Porto Canal, o dirigente teceu fortes críticas ao árbritro do clássico, Artur Soares Dias, e desculpabilizou o técnico pelo afastamento da Liga dos Campeões.
As perguntas mais aguardadas eram as que visavam a derrota contra o Benfica, que permitiu ao rival isolar-se na liderança da Liga. “O atraso de três pontos deve-se a uma arbitragem vergonhosa e escandalosa. Curiosamente, de passagem, os jornais disseram que o lance do Jackson era rídiculo, que houve dois penáltis não assinalados, mas ninguém falou mais disso. Se fosse ao contrário, Deus me livre”, afirmou Pinto da Costa.
“Artur Soares Dias não pode arbitrar mais jogos do FC Porto”, considerou o dirigente, abordando a tentativa de “branquear uma arbitragem inacreditável”. “Aquele lance do Jackson é ridículo. Isto é um descaramento. Um árbitro que faz isto e depois não assinala dois penáltis… O senhor Soares Dias não tem condições para arbitrar. Se é honesto, não pode apitar e não tem competência para isso. Não se pode dar estes jogos a árbitros que não têm condições psicológicas para estes momentos”, argumentou.
Não é a primeira vez, esta época, que Pinto da Costa aponta o dedo à arbitragem. “As pessoas esquecem-se que a perda de cinco pontos de avanço começou no Estoril, com uma arbitragem inacreditável de Rui Silva”, recordou: “estivemos duas vezes em vantagem e sofremos o empate com uma grande penalidade inventada. Voltámos a ter vantagem, mas depois sofremos um golo em fora de jogo. São dois pontos que perdemos com uma arbitragem que me fez lembrar Inocêncio Calabote. Não me lembro de uma arbitragem que tenha influenciado tanto o resultado de um jogo”.
Entre os ataques à arbitragem, o presidente dos dragões também jogou à defesa, quando teve de proteger um treinador que é cada vez mais criticado pelos adeptos. “Se a época acabasse hoje, ontem tinha renovado com o Paulo Fonseca”, garantiu: “nem é preciso dizer mais nada. Se eu entendesse que ele não era o treinador de que o FC Porto precisa era o primeiro a falar com ele”.
Paulo Fonseca está seguro, apesar do terceiro lugar no campeonato e do afastamento da Liga dos Campeões. “É verdade que não nos apurámos na Liga dos Campeões, mas lembra-se de algum jogo que se perca a atirar quatro bolas ao poste? Tivemos factos que nos condicionaram e não ajudaram a que pudéssemos seguir em frente”, admitiu Pinto da Costa.
O dirigente deixou algumas questões para justificar a posição: “é culpa do treinador que se atirem quatro bolas ao poste? É culpa do treinador que um jogador [Herrera, diante do Zenit] seja expulso aos 5 minutos?”
Na mesma entrevista, Pinto da Costa abordou outros assuntos da atualidade futebolística. “Seria uma tremenda injustiça” se Cristiano Ronaldo não recebesse a bola de ouro. “É sempre subjetivo apontar o melhor jogador do mundo, mas, olhando para o ano de 2013, o melhor foi o Ronaldo”, reconheceu.
Do melhor ao pior, o presidente do FC Porto salientou que “o coveiro” da Liga de clubes, Mário Figueiredo, apenas está a beneficiar Fernando Gomes, o presidente da Federação: “não foi ele [Mário Figueiredo] que matou a Liga. A Liga morreu e ele só a está enterrar, pois quem a matou foi Fernando Gomes, que conseguiu alterar, com os clubes da segunda divisão, os estatutos da instituição”.
Lembrando que “no executivo da associação que os clubes criaram não há presidentes de futebol, só há advogados”, Pinto da Costa insistiu que “Fernando Gomes acaba por ser o grande beneficiado com tudo isto, pois os patrocinadores fogem todos para a Federação, porque a FPF tem o Ronaldo e tem a melhor indústria do mundo, em que a matéria-prima é paga pelos clubes e as receitas são todas para ela”.
