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PIB só tem de crescer menos de metade do registado no 1.º semestre para atingir meta de 1,9%

O Produto Interno Bruto (PIB) só tem de crescer 0,4 por cento na segunda metade do ano, menos de metade do registado no primeiro semestre, para que a meta de 1,9 por cento do Governo seja cumprida, segundo cálculos da Lusa.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga na quinta-feira a estimativa rápida das Contas Nacionais Trimestrais, relativa ao terceiro trimestre, e basta que a economia tenha crescido 0,3 por cento entre julho e setembro, face aos três meses anteriores, e depois avance 0,1 por cento nos últimos três meses do ano para que seja alcançada a meta de crescimento do Governo, de 1,9 por cento do PIB, no conjunto do ano.

A conclusão resulta da análise dos dados trimestrais do PIB (encadeados em volume a preços de mercado) após a atualização das Contas Nacionais, da base 2011 para a base 2016, divulgada em 23 de setembro.

Isto quer dizer que, na segunda metade do ano, a economia portuguesa pode acelerar menos de metade do registado nos primeiros seis meses para cumprir a previsão do ministro das Finanças, Mário Centeno.

Se houver uma estagnação em cadeia da economia (crescimento nulo) nos dois trimestres que faltam para o final do ano (ou seja, na comparação com os três meses anteriores), o PIB cresceria ainda assim 1,7 por cento no conjunto do ano.

E mesmo que houvesse uma estagnação no terceiro trimestre e uma contração de 0,3 por cento no último trimestre, ainda assim o PIB cresceria 1,6 por cento no conjunto do ano.

Segundo os dados do INE atualizados com a nova base 2016, o PIB cresceu 0,6 por cento no primeiro trimestre, na comparação com os três meses anteriores, e 2,1 por cento face ao mesmo período do ano passado.

Já no segundo trimestre do ano, a economia também cresceu 0,6 por cento em cadeia, tendo acelerado 1,9 por cento em termos homólogos.

Em 30 de agosto, antes da revisão das Contas Nacionais para a nova base 2016, o INE divulgara que o PIB tinha crescido 0,5 por cento em cadeia e 1,8 por cento em termos homólogos no segundo trimestre, o mesmo ritmo de expansão verificado nos primeiros três meses do ano.

Contudo, em 23 de setembro, com a atualização das Contas Nacionais, o INE melhorou em três décimas o crescimento do PIB em 2018, de 2,1 por cento para 2,4 por cento, tendo também melhorado em sete décimas a evolução da economia em 2017, para 3,5 por cento.

Na semana passada, a Comissão Europeia também melhorou em três décimas a previsão de crescimento económico de Portugal para 2 por cento este ano, uma décima acima do esperado pelo Governo (1,9 por cento), mantendo a anterior previsão de 1,7 por cento para 2020, três décimas abaixo da previsão do executivo português (2 por cento).

Nas previsões económicas de outono, divulgadas em 07 de novembro, em Bruxelas, o executivo comunitário referiu que “o crescimento económico superou as expectativas no primeiro semestre de 2019, apesar do fraco ambiente externo”, frisando que o PIB cresceu 0,6 por cento nos dois primeiros trimestres do ano, “determinando uma perspetiva mais favorável para o ano inteiro”.

Ao falar em conferência de imprensa, o comissário europeu dos Assuntos Económicos admitiu que, nos últimos anos, as previsões económicas da Comissão Europeia para Portugal pecaram por ser “um pouco pessimistas”, cenário que se alterou naquele dia, com Bruxelas mais otimista do que o Governo.

Para este ano, o Fundo Monetário Internacional tem a mesma estimativa do Governo para a expansão do PIB, de 1,9 por cento, assim como o Conselho das Finanças Públicas.

Já o Banco de Portugal antecipa uma expansão de 2 por cento este ano, tal como a Comissão Europeia.

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