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Pedofilia: Bispos recebem ordem do Papa para não esconderem escândalos

papa francisco i A ordem é do Papa Francisco: os bispos estão proibidos de encobrir qualquer escândalo de pedofilia. “Não há qualquer lugar, no ministério da Igreja, para quem abusa de menores”, justificou o sumo pontífice, pois o catolicismo tem de ser “uma casa segura”.

Os escândalos não se evitam, resolvem-se. Para terminar de vez com os escândalos de pedofilia que têm ensombrado a Igreja Católica, o Papa Francisco emitiu uma ordem para todos os bispos.

“Não se pode dar prioridade a qualquer tipo de consideração, seja de que natureza for, como por exemplo a vontade de evitar o escândalo, porque não há qualquer lugar, no ministério da Igreja, para quem abusa de menores”, justificou o sumo pontífice, numa carta publicada na véspera da primeira reunião dos peritos da Comissão Pontifícia de proteção de menores.

Francisco insistiu que “as famílias devem saber que a Igreja não se poupa a qualquer esforço para proteger as crianças e que elas têm o direito de estar na Igreja com total confiança, porque é uma casa segura”.

Desde 2011, quando o Vaticano era liderado por Bento XVI, que os bispos têm um protocolo para lidar com as denúncias de pedofilia por parte de membros do clero. Na carta agora publicada, Francisco instruiu os bispados para “reverem regularmente” os procedimentos.

A Comissão, criada em 2013 por Bento XVI, “vai ser um novo, válido e eficaz instrumento para ajudar a promover e pôr em prática as medidas necessárias para garantir a proteção de menores e adultos vulneráveis, e dar respostas de justiça e misericórdia”, declarou o sucessor.

Será a primeira reunião da Comissão (a realizar de amanhã até domingo), que só em dezembro ficou completa, com a nomeação de oito membros oriundos de África, da América Latina e da Ásia.

Tem 17 membros, incluindo duas vítimas (o britânico Peter Saunders e a irlandesa Marie Collins), e é presidida pelo cardeal norte-americano Sean O’Malley.

Apesar das medidas instauradas por Bento XVI e por Francisco, o Vaticano continua a ser criticado pela confidencialidade dos inquéritos internos e pela não divulgação das medidas aplicadas a padres que cometeram abusos sexuais sobre menores.

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