A Comissão Executiva do CDS-PP mandatou Paulo Portas a negociar com o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, para chegar a um consenso de governação. Os ministros Pedro Mota Soares e Assunção Cristas mantêm-se em funções, apesar de terem colocado os lugares à disposição do partido.
Paulo Portas apresentou a demissão, que ontem era “irrevogável”, mas o CDS-PP considera que deve haver uma tentativa de acordo com o PSD. Nesse sentido, mandatou o presidente do partido a reunir com Passos, para salvar o Governo.
“A Comissão Executiva decidiu mandatar o presidente do partido, no sentido de, com a máxima brevidade, reunir com o líder do PSD para, em conjunto, definirem as circunstâncias que garantem uma solução viável para a governação de Portugal”, refere o comunicado que resultou da reunião da Comissão Executiva, lida por Luís Queiró.
Aquele órgão considera ainda que é “essencial” garantir a “utilidade efetiva do contributo do CDS, no quadro de definição das políticas da maioria”.
“Não obstante a ministra Assunção Cristas e o ministro Pedro Mota Soares terem colocado os seus lugares à disposição do partido, “foi considerado importante que permaneçam no exercício de funções”, para não dificultar a superação da crise política”, refere ainda a nota.
A ‘batata quente’ passa assim para as mãos de Paulo Portas, que num comunicado conhecido ontem revelou uma rutura total com Passos, mas fica agora mandatado para negociar um consenso.
Este comunicado indicia uma aparente cisão no seio do CDS, que poderá ter repercussões no partido e na própria liderança de Paulo Portas. Antes, os partidos políticos serão ouvidos pelo Presidente da República. E Cavaco Silva tem a solução nas mãos.
