Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro, mostra-se apreensivo com as sucessivas subidas do preço dos combustíveis em Portugal, facto que afeta negativamente a economia e deve suscitar políticas energéticas que tornem o país “menos dependente de combustíveis fósseis”.

Os repetidos aumentos dos combustíveis suscitam preocupação no primeiro-ministro, que prevê danos na economia portuguesa, com prejuízos para particulares e empresas. Em Viseu, Pedro Passos Coelho comentou o aumento do preço de gasóleo e gasolina, a partir de hoje, colocando os combustíveis em máximos históricos.

Passos Coelho – que falava aos jornalistas à margem do dia do Regimento de Infantaria – lembra que esta matéria “não depende do Governo” e que “apenas o regulador deve pronunciar-se”. Mas para o chefe de executivo os aumentos de combustíveis têm de provocar uma reflexão.

“Com combustíveis mais caros, por fatores externos, a economia paga um preço acrescido. Assim sendo, o notícia com esta nunca pode ser positiva. O preço do crude está a aumentar de forma sistemática, pelo que Portugal tem de se concentrar na eficiência energética, sem depender de combustíveis fósseis”, sustentou o primeiro-ministro.

Passos Coelho aponta diversos caminhos, para que Portugal possa defender-se desta fatura energética cada vez mais incomportável. Em primeiro lugar, “a aposta em redes inteligentes”. Depois, “liberalizar o mercado ibérico”. Em terceiro lugar, “aprofundar-se o mercado europeu de energia”.

Só com políticas que permitam manter preços de combustíveis estabilizados será possível escapar a esta escalada de preços, que Passos Coelho reconhece como sendo um entrave ao crescimento e que “vai penalizar” o país.

“Portugal tem de encontrar alternativas aos combustíveis fósseis e ser mais exigente na utilização da energia”, realça o primeiro-ministro, em declarações aos jornalistas, precisamente no dia em que a gasolina e gasóleo conheceram mais um aumento.

Depois da subida dos preços dos combustíveis na passada semana, o gasóleo e a gasolina mantêm a tendência, numa escalada imparável que parece não ter fim à vista. Há oito anos, um litro de gasóleo custava cerca de 70 cêntimos, enquanto igual quantidade de gasolina custava menos de um euro.

O ano de 2004 marca o início de um período de aumentos atrás de aumentos no preço dos combustíveis, que já colocam o gasóleo acima da fasquia psicológica dos 1,5 euros. Nesta segunda-feira, há novos preços e não há boas notícias para os consumidores.

Apesar de tudo, os aumentos que se registarão hoje não devem ser tão acentuados como aqueles que se verificaram na semana passada. Os preços praticados no continente são 1,475 euros no gasóleo e 1,675 euros por litro de gasolina. Os preços aumentaram nesta segunda-feira.