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Passos Coelho: “De que é que Miguel Relvas é acusado?”

passoscoelho9Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro, realça a postura “correta” de Miguel Relvas, ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, no caso das secretas. Relvas “atuou bem”, segundo sustentou Passos no debate quinzenal. A demissão daquele membro do Governo nem sequer está em cima da mesa. “De que é que Miguel Relvas é acusado?”, questionou Passos, com ironia.

Confiança total em Miguel Relvas, elogio à postura do ministro, afastado cenário de demissão. Eis as três ideias chave em que o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho sustentou a sua posição, hoje, no debate quinzenal de decorreu na Assembleia da República.

O chefe de Governo abordou o polémico caso das secretas, que envolve trocas de SMS, alegadas pressões sobre jornalistas e declarações contraditórias daquele membro do executivo.

Mas Pedro Passos Coelho retirou dos ombros de Miguel Relvas o ónus da culpa e não teve qualquer hesitação no momento em que decidiu colocar-se ao lado do ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, na polémica dos serviços de informação.

O Bloco de Esquerda quis saber se Relvas será o responsável pelo processo de privatização da RTP e Passos foi claro: “O modelo de privatização fica concluído até ao fim do ano e, a menos que Miguel Relvas abandone o Governo por outra razão da sua vontade, não é hoje por falta de confiança do primeiro-ministro que deixará o cargo de ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares”.

O primeiro-ministro revela que tomou conhecimento de todo o processo – quer através da imprensa, quer através de contactos com o ministro – e realça a “transparência” e “correção” de Relvas, que “agiu bem” em todas as decisões que teve de tomar nesta questão dos serviços de informações.

“Das notícias que li nos jornais, do que conheço e com a informação que recolhi através de Miguel Relvas, não tenho nenhuma dúvida em dizer que o ministro atuou bem”, salientou Pedro Passos Coelho, nesta quarta-feira, no debate quinzenal.

Passos recusa-se a fazer qualquer tipo de “avaliação do mandato” de Relvas e (numa alusão às mensagens por telemóvel que foram enviadas ao ministro com nomes para luares nos serviços de informação) recusa-se a “demitir ministros por receberem SMS”.

O primeiro-ministro disse ainda neste debate – que teve como ponto central o assunto que envolve o ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares – que nunca recebeu qualquer “comunicação”, quer sobre as secretas, quer sobre nomeações para os serviços.

Mas os elogios à conduta do ministro Miguel Relvas continuaram. Passos assegura que nunca houve qualquer “interferência neste processo”, na sequência do processo aberto contra Jorge Silva Carvalho.

Apesar de tudo, nem Passos Coelho nem Miguel Relvas deixaram de ouvir António José Seguro realçar a “nebulosa” que envolve o PSD, os serviços secretos e interesses privados. E o primeiro-ministro admitiu que “houve desvios de poder e de funções”.

No entanto, sublinha o líder do executivo, “nenhuma matéria dos relatórios envolve empresas, pessoas, como as visadas na comunicação social, que tenham sido produzidas pelos serviços”, além de que os “relatórios foram efetuados por pessoas que não tem que ver com os serviços de informações”.

Mas António José Seguro voltou à carga. O secretário-geral do PS considerou que “estas questões têm de ser clarificadas”

“Eu não recebi nenhum SMS de nenhum espião ou de um ex-espião dos serviços de informação. Não recebi. E por isso quero dizer que, em nome do sentido de estado, todas estas questões têm de ser clarificadas”, disse Seguro.

Jerónimo de Sousa acusou Passos de “tapar o sol com a peneira”, além de que, para o deputado comunista, a defesa do primeiro-ministro representa “conivência”. Passos respondeu com uma pergunta: “De que é que é acusado Miguel Relvas?”.

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