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Passos Coelho não recua e admite que não governa “para satisfazer a opinião pública”

passos coelho9O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, mostrou-se hoje firme na sua intenção de prosseguir com as medidas de austeridade anunciadas durante a última semana. Num discurso proferido no âmbito do 80.º aniversário da fábrica de chocolates Imperial, em Vila do Conde, o chefe do Governo desafiou aqueles que concordam com estas medidas a “falarem publicamente” e admitiu ainda que só “daqui a 15 ou 20 anos” Portugal atingirá um nível de dívida razoável.

Depois de uma entrada atribulada pelas portas traseiras da fábrica Imperial – por forma a evitar um grupo de manifestantes que se juntou à entrada das instalações – o primeiro-ministro fez questão de realçar, num discurso de quase 30 minutos, a justiça das mais recentes medidas de austeridade anunciadas pelo governo e recusou-se a governar em função da opinião pública.

“As escolhas que fazemos geram incompreensão, mas temos que as fazer. Quem governa não pode governar para o dia seguinte ou para a popularidade do governo. Um governo tem que resolver os problemas a curto prazo e olhar para o futuro e só o conseguiremos tratando as empresas e os cidadãos com respeito e protegendo os que têm menores rendimentos”, afirmou Passos Coelho.

Em tom de desafio, o chefe do executivo aproveitou a oportunidade para instigar aqueles que concordam com estas medidas – nomeadamente a mexida na Taxa Social Única (TSU) – a “não ficarem envergonhados” e a pronunciarem-se publicamente.

“Os que se preocupam com estas matérias não se podem retrair, têm que falar publicamente”, rematou.

Num discurso onde aludiu às “más” decisões tomadas no passado pelos seus antecessores – como a “errada alocução de recursos” por parte do Estado e a dívida acumulada pelo setor empresarial público – Passos Coelho salientou ainda que o maior desafio do governo para os próximos 15 anos será o controlo da dívida pública.

“Vamos demorar 15 a 20 anos para regressarmos a padrões aceitáveis na nossa dívida”, assegurou.

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