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Para o Presidente Assad, a Rússia é a vítima das crises na Síria e na Ucrânia

bashar al assad Qual o mistério que une a guerra civil na Síria com a guerra civil na Ucrânia? A tentativa de condicionar o poder da Rússia, responde Bashar al-Assad. Para o Presidente sírio, os EUA e a União Europeia pretendem “debilitar a Rússia e criar Estados marionetas”.

A Síria está em guerra civil, envolvendo três forças: o regime de Bashar al-Assad, a oposição ao regime e o Estado Islâmico (ISIS, na sigla internacional). Na Ucrânia, a guerra civil opõe ‘apenas’ duas forças: o regime ucraniano e a população pró-russa (alegadamente financiada e equipada pela Rússia).

Com o mar Mediterrâneo pelo meio, o que une estas duas situações de conflito? A vontade do “ocidente” (leia-se EUA e União Europeia) em enfraquecer a Rússia, o tradicional aliado da Síria e o vizinho de uma Ucrânia que se aproximou do ocidente.

“Eu continuo a insistir no facto de que existe uma conexão entre a crise síria e o que está a acontecer na Ucrânia”, afirmou o Presidente da Síria, Bashar al-Assad, numa entrevista ao jornal (estatal) russo Rossiyskaya Gazeta.

E como justifica o chefe de Estado sírio essa “conexão”? “Em primeiro lugar, porque os dois países são importantes para a Rússia, em segundo, porque num e noutro casos o objetivo é debilitar a Rússia e criar Estados marionetas”.

Para atingir esse objetivo, reforçou, é que os EUA e a União Europeia impuseram sanções económicas contra a antiga superpotência, depois de, no ano passado, terem “orquestrado” a queda do regime ucraniano (que era, à época, pró-russo).

No mesmo sentido, Assad apelou ao Kremlin para reforçar a presença naval no Mediterrâneo, recuperando o papel de garante de paz na região.

“A presença russa em diversas regiões do mundo, incluindo o Mediterrâneo oriental, no porto sírio de Tartus, é imprescindível para manter o equilíbrio que se perdeu há mais de 20 anos com o desaparecimento da União Soviética”, reforçou o Presidente sírio.

“Consideramos que, quanto mais se fortaleça a presença da Rússia na região, mais esta ganha em estabilidade, porque Moscovo desempenha um papel muito importante no fortalecimento da estabilidade no mundo todo”, insistiu.

Enquanto Assad defende um reforço militar russo na região, a oposição continua a insistir que a Síria só terá paz quando o Presidente for deposto, uma hipótese que continua a ser rejeitada pelo visado.

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