Na TVI, Marcelo Rebelo de Sousa abordou as divergências entre Passos Coelho e Paulo Portas, líderes do PSD e CDS, partidos que sustentam a coligação. “Falam línguas diferentes”, diz Marcelo. O professor considera que Portas e Passos “poderiam ser completados, mas vão engrenando com alguma dificuldade”. Já Guterres pode provocar um problema ao PS…
A coligação PSD e CDS, que sustenta o Governo, foi tema de análise de Marcelo Rebelo de Sousa, no comentário político semanal na TVI.
Para o social-democrata, há problemas de comunicação entre Paulo Portas e Pedro Passos Coelho.
“Dá-me a sensação de que falam línguas diferentes. Um fala Chinês e o outro Tailandês. Não passa a química, o que não quer dizer que não haja ou venha a haver coligação no futuro”, começou por defender Marcelo.
Ainda que o primeiro-ministro e o vice-primeiro-ministro se entendam, para uma coligação nas próximas eleições legislativas, há uma “reserva sistemática”.
“Há permanentemente a dúvida por parte de Passos Coelho sobre o que pensa Paulo Portas. Há uma reserva sistemática. Um é racional e lento; o outro é intuitivo e rápido. Os dois são diferentes, poderiam ser completados, mas vão engrenando com alguma dificuldade”, defende Marcelo Rebelo de Sousa.
O professor abordou ainda o cenário de indefinição de António Guterres sobre uma eventual candidatura a Belém, que neste momento não é certa.
Abrem-se as portas a Guterres para o cargo de secretário-geral da ONU, segundo Marcelo, o que deixa o antigo primeiro-ministro sem certezas.
Segundo Marcelo, Guterres já informou a atual direção do PS da possibilidade de ter apoios para ser o próximo secretário-geral das Nações Unidas, depois de prolongado o cargo de líder do Alto Comissariado para os Refugiados.
Marcelo Rebelo de Sousa defende que o PS pode ficar num “vazio”, uma vez que, com António José Seguro como secretário-geral, havia dois nomes fortes: António Guterres e António Costa.
No atual cenário político, estes dois candidatos perdem-se, ainda que Guterres possa ainda candidatar-se a Presidente da República. A confirmar-se o ‘adeus’ a Guterres, o PS fica sem um candidato forte. “Todos os restantes nomes são televisão a preto e branco”, afirma o professor.