No comentário na TVI24, Manuela Ferreira Leite disse não acreditar que a troika tenha obrigado Portugal a cortar nas pensões. A antiga ministra das Finanças considerou que o país é um “exemplo” de políticas que não deveriam ser aplicadas.
“Vamos ser o grande exemplo do que não deve ser feito, após mais um anúncio de medidas de austeridade”, defendeu ontem Manuela Ferreira Leite, num espaço de opinião política que assina na TVI24, todas as semanas.
A antiga ministra das Finanças entende que o rumo de Portugal, definido pelas políticas do Governo de Passos Coelho, não irá conduzir a uma consolidação das contas. Ferreira Leite lamenta o enorme esforço pedido aos portugueses, que não trará os desejados resultados.
A questão dos cortes nas pensões, que se enquadra na reforma do Estado, segundo crê Manuela Ferreira Leite, não foi imposta pela troika. A comentadora vê “uma encenação e dramatismo” com a questão dos cortes aos rendimentos dos pensionistas.
“O ministro das Finanças quer fazer tudo o que acha enquanto tem o álibi da troika. Não acredito que a troika tenha imposto isto nesta situação”, sustentou a antiga ministra, na TVI24.
Num olhar sobre o futuro das contas públicas, Ferreira Leite não perspetiva sucesso. “Na recessão em que nos encontramos, não vai ser possível consolidar as contas públicas”, diz a social-democrata, que teme que a troika possa vir a defender que todas as políticas aplicadas resultam de “as ideias que eram nossas”.