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Os drones da PSP: “É como comprar um Ferrari e não ter onde dormir”

policia6drone 600A Polícia de Segurança Pública (PSP) comprou dois drones, uma mota de água e um barco, investindo cerca de 300 mil euros. A decisão, no entanto, provocou espanto ao presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia, Paulo Rodrigues. “Comprar drones é como comprar um Ferrari e não ter onde dormir”, diz, ao Público.

A PSP adquiriu dois drones (veículos aéreos não tripulados), uma mota de água e um barco, segundo adianta o jornal Público, na sua edição de hoje. Os equipamentos foram comprados por ajuste direto à empresa portuguesa Tekever, de acordo com o mesmo jornal, num investimento que ronda os 300 mil euros.

Os dois drones da PSP – adquiridos por ordem do “anterior diretor nacional” da PSP – estão equipados com câmaras de filmar, mecanismos de visualização por controlo remoto, conseguindo voar até 150 metros de altitude e com um alcance de 20 quilómetros. Trata-se de alta tecnologia, que surge com a finalidade de apoiar as autoridades no combate ao crime.

No entanto, a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia manifesta espanto. Em declarações ao jornal Público, Paulo Rodrigues, considerou “inadmissível” que o Estado gaste dinheiro em meios que pode dispensar, quando “deve milhares de euros a mais de três mil polícias”.

Por outro lado, lembra o presidente daquela associação, a “PSP não tem viaturas indispensáveis, ou material de proteção do pessoal”, pelo que não deveria investir valores tão elevados em “equipamentos que não são imprescindíveis”, no caso dos drones.

Paulo Rodrigues reconhece que estes veículos aéreos não tripulados podem ser úteis em casos de desordem pública que a PSP tenha de enfrentar, mas considera que foram invertidas prioridades. “Comprar drones é como comprar um Ferrari e não ter onde dormir”, compara.

Igualmente polémica parece ser a compra da mota de água e da embarcação, equipamentos        que são novidade na PSP – os meios aquáticos são propriedade, por regra, em Portugal, da Polícia Marítima. “Está-se a duplicar investimentos e a pisar as competências de outras polícias”, defende Paulo Rodrigues, ao Público.

De acordo com este jornal, os contratos de compra dos drones para a PSP foram rubricados em maio do ano passado, com a empresa Tekever, enquanto a compra das motas de água foram adquiridas à Motolusa, também sem concurso público.

O Ministério da Administração Interna foi confrontado com este assunto, mas ainda não prestou esclarecimentos.

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