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Os adolescentes de Portugal são dos mais pesados a nível europeu

Os adolescentes em Portugal têm (e são) um problema de peso. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o país ocupa o quinto lugar na lista dos países europeus com crianças e adolescentes mais obesos. É o segundo alerta em meio ano, depois da OCDE avisar que um em cada quatro crianças portuguesas tem excesso de peso.

Em Portugal, a sabedoria popular diz que uma criança mais ‘cheiinha’ é saudável, mas os especialistas que elaboraram o relatório ‘Adolescent obesity and related behaviours: trends and inequalities in the WHO European Region, 2002-2014’ explicam que não é bem assim…

De acordo com os peritos, cinco por cento das crianças e adolescentes com 11, 13 e 15 anos sofrem já de obesidade. É um aumento de 0,3 por cento, desde 2002, na prevalência desta doença.

Só em quatro países (entre 27) o problema é ainda mais grave: Macedónia, Eslovénia, Croácia e, em especial, a Grécia, onde o indicador de crianças e adolescentes com excesso de peso é de 6,5 por cento.

O relatório da OMS adianta alguns dos motivos para o agravamento da situação em Portugal: o consumo diário de fruta caiu 6,8 por cento entre 2002 e 2014, enquanto o consumo diário de doces ou bebidas açucaradas aumentou 7,6 por cento.

Mais difícil de explicar é a distribuição dos problemas de peso por género. Os rapazes apresentam níveis de obesidade dos rapazes bem mais elevados do que as raparigas: 6,9 contra três por cento.

Os especialistas lembram que quanto mais cedo surge a doença mais difícil se torna o controlo da mesma e mais graves são os efeitos na saúde e os riscos de diabetes, problemas cardiovasculares, respiratórios ou de sono e mentais.

A diabetes já tinha sida apontada no citado relatório da OCDE, de novembro de 2016, como uma das doenças mais preocupantes da sociedade moderna, afetando já sete por cento dos adultos na União Europeia. E Portugal estava bem acima da média, com uma taxa de 9,3 por cento, apenas superada por França e Grécia.

O relatório da OMS aponta ainda as condições socioeconómicas como outro fator com grande impacto na obesidade em Portugal, concluindo que a má alimentação das crianças de 11 anos é provocada, na maior parte dos casos, por carências económicas das famílias.

A adoção cada vez mais maior de comportamentos sedentários, como ver televisão ou utilizar dispositivos tecnológicos mais de duas horas por dia, reduz a prática da atividade física regular, com as raparigas portuguesas a serem das mais inativas da Europa, pois só seis por cento das adolescentes de 13 anos dedicam uma hora diária à prática moderada de uma atividade, valor que desce para os cinco por cento aos 15 anos.

Nos rapazes, a prática de uma hora diária desce dos 26 por cento (aos 11 anos) para os 25 (13 anos) e 18 por cento (aos 15 anos).

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