Economia

Operações de empréstimo no mercado “não estão programadas”, admite o ministro Vítor Gaspar

vitor gasparPortugal quer regressar aos mercados, mas ainda não sabe quando. O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, admite que “não faz sentido apresentar um calendário”, apesar de ter elaborado um Orçamento com “um enorme aumento de impostos” para que o Estado recupere as condições de financiamento.

Portugal vive em exigente clima de austeridade para recuperar as condições de acesso aos mercados, mas ainda não se sabe quando é que poderá recorrer a esta fonte de financiamento. Foi o próprio ministro das Finanças, Vítor Gaspar, a revelar que “não faz sentido apresentar um calendário” para as operações no mercado, reforçando que será possível pedir um empréstimo quando for necessário.

“Num processo com este tipo de dificuldade, não faz sentido apresentar um calendário. O calendário que foi anunciado é das operações que foram programadas. O que lhe estou a dizer é que estas operações não estão programadas e não são programáveis”, afirmou o ministro, que respondia ao deputado socialista João Galamba.

A questão do calendário reporta a intervenções anteriores de Vítor Gaspar, que anunciara o regresso de Portugal aos mercados a 23 de setembro de 2013, primeiro em março e repetido a 11 de setembro. Porém, na proposta de Orçamento de Estado não consta qualquer referência a uma operação de financiamento externo, nomeadamente através da emissão de Obrigações do Tesouro.

“O regresso aos mercados não está dependente de um calendário, é um processo gradual que tem decorrido, em 2012, mais rapidamente do que estava previsto”, justificou Vítor Gaspar, acrescentando que o financiamento “continuará a ser operado da mesma forma”, ou seja, com intervenções pontuais e não com “operações programadas”.

Uma estratégia que, segundo o mentor do Orçamento de Estado para 2013, está a ser seguida pela Irlanda, outro país também resgatado pela troika na sequência dos elevados juros cobrados no acesso aos mercados: “esse calendário não existe”, mas “não há qualquer espécie de dúvida que a Irlanda tem um processo bem sucedido de regresso aos mercados”.

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