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Ocupas e Es.Col.A unidos contra decisões das Câmaras Municipais de Lisboa e Porto

escola_devolutaSolidariedade com os Ocupas foi o grito do movimento Es.Col.A, na marcha junto à Câmara do Porto, na manifestação de apoio aos Ocupas da Rua de São Lázaro, em Lisboa, nesta quinta-feira. Os elementos do grupo uniram-se em torno de uma causa comum, que resulta de dois despejos levados a cabo pelas Câmaras de Lisboa e Porto.

Dois grupos que promovem a reinserção social – os Ocupas em Lisboa e o movimento Es.Col.A, no Porto – estão separados por mais de 300 quilómetros, mas unidos na mesma luta, contra uma decisão política das Câmaras de Lisboa e Porto, que decidiram despejar os membros dos grupos dos espaços que ocupavam, com a polícia a levar a cabo a ação.

Ontem, decorreram manifestações contra essa decisão dos municípios e intervenção policial municipal. Em Lisboa, os Ocupas revoltaram-se contra a decisão da Câmara de despejar o projeto no número 94 da Rua de São Lázaro. No Porto, ainda com a memória recente de opção idêntica do executivo de Rui Rio, o movimento Es.Col.A promoveu ação de protesto idêntico, nesta quinta-feira, em frente à Câmara Municipal.

O despejo do movimento Es.Col.A ocorreu a 19 de abril e nessa altura os Ocupas manifestaram sentimento idêntico (solidariedade) relativamente aos portuenses. Agora, invertem-se os papéis em repúdio por uma intervenção municipal contra dois projetos de reinserção social muito positivos para as cidades de Lisboa e Porto (com sede em espaços devolutos pertencentes aos municípios de Lisboa e Porto.

Os membros do movimento Es.Col.A que participaram nesta marcha de solidariedade a favor dos Ocupas da Rua de São Lázaro, nesta quinta-feira, realçam precisamente o facto de os dois espaços públicos estarem devolutos, por decisão dos municípios.

Com esta manifestação e com a ocupação de prédios e escolas abandonados os Ocupas e o Es.Col.A pretendem precisamente chamar a atenção ao poder político da capacidade de movimentos cívicos levarem a cabo ações sociais de valor, substituindo as autarquias e dando vida a espaços municipais que se degradam.

Também nesta quinta-feira, os Ocupas da Rua de São Lázaro recusaram um encontro com a vereadora com o pelouro da Habitação na Câmara Municipal de Lisboa, Helena Roseta. Os Ocupas preferiram manifestar-se no Largo do Martim Moniz, contra a decisão que levou ao despejo, detenção de três pessoas e retirada dos bens do local.

A ação de despejo ocorreu ontem, sendo que dessa intervenção resultaram três detenções, sendo que um dos detidos é o advogado do grupo. Uma mulher também acabou detida. E estes factos provocaram revolta nos Ocupas, que não aceitam diálogo por considerarem excessivas as detenções da polícia.

Todos os bens que se encontravam na casa da Rua de São Lázaro acabaram nos serviços da autarquia de Lisboa, sendo que posteriormente foram enviados para o depósito municipal em Figo Maduro. Entre os bens estão a mobília e alguns objetos pessoais. A exigência dos Ocupas é a devolução desses bens que lhes pertencem.

Reunidos em plenário na Rua Augusta, os elementos do grupo decidiram deslocar-se ao gabinete de Helena Roseta, na Rua do Ouro, e as portas abriram-se, mas não era essa a intenção dos Ocupas – cerca de 15 elementos que representam o grupo.

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