O jovem que sobreviveu à tragédia do Meco – caso que provocou seis vítimas mortais, estudantes da Universidade Lusófona – está com amnésia seletiva. João Gouveia tem recebido acompanhamento psicológico, mas, “nas próximos semanas”, deverá quebrar o silêncio.
João Gouveia, único sobrevivente da tragédia do Meco, incidente que tirou a vida a seis estudantes universitários da Lusófona, está com “amnésia seletiva”, segundo conta o Diário de Notícias. Este diagnóstico impede-o de prestar declarações rigorosas às autoridades, pelo que a audição da única testemunha ficou adiada.
O jovem estudante está a ser alvo de acompanhamento e só o psicólogo determinará quando a polícia pode recolher o testemunho, necessário para que as investigações prossigam, com um inquérito da Polícia Marítima de Setúbal a João Gouveia, de 23 anos.
Esta diligência é essencial para se perceber o que ocorreu no Meco, na praia do Moinho de Baixo, no passado dia 15 de dezembro. Segundo adianta o psicólogo e professor da Lusófona, Carlos Poiares, o jovem “não está a fugir” ao inquérito e falará às autoridades “dentro de algumas semanas”.
“Ele viveu uma situação traumática que pode conduzir à amnésia seletiva. Neste momento, nem era conveniente que falasse, porque reviveria os acontecimentos”, diz o especialista ao Diário de Notícias.
Recorde-se que seis jovens estudantes perderam a vida, num caso envolto em grande mistério, com dúvidas sobre a existência de uma alegada praxe. As famílias das vítimas querem explicações e o testemunho de João torna-se essencial.
João Gouveia é alegadamente um dos responsáveis das praxes, na Universidade Lusófona, onde todos os estudantes cumpriam a sua formação superior. E suspeita-se de que esta tragédia que provocou seis vítimas esteja associada a práticas de praxe de estudantes.
Os jovens foram arrastados por uma onda, numa história estranha. Entretanto, a Universidade Lusófona fez saber que irá proceder à abertura de um inquérito interno, tendo em vista a “aclaração dos factos” ocorridos no Meco.
Seis jovens morreram e em cinco corpos não foi possível efetuar testes de despistagem de álcool, em virtude do avançado estado de decomposição dos cadáveres. As famílias, que vivem o desespero da perda, sofrem agora com a angústia da procura de respostas.