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“O Governo não ‘chora’ perante resistências”, diz Passos, numa alusão aos interesses instituídos

passos_coelho6Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro, manifestou-se satisfeito com a quarta avaliação da troika ao programa de ajustamento, no âmbito da assistência a Portugal. A troika deu nota positiva ao Governo e Passos salienta o “sucesso” alcançado pelo executivo. Passos promete não vacilar perante as reformas exigidas.

“O quarto exame regular da troika ao Programa de Assistência Económica e Financeira a Portugal decorreu com bastante sucesso”, realçou Pedro Passos Coelho, em declarações à Imprensa em São Bento, na residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa.

O chefe de Governo salientou também que o ritmo das reformas que estão inscritas no programa “mereceu elogios” da troika, que segundo Passos Coelho deixou Portugal satisfeita com a evolução que notou, nos últimos meses.

O líder do executivo negou que tivessem sido feitas exigências no setor energético, no dia em que o Diário Económico revelou que a troika poderia avançar com a imposição de novos cortes no setor energético, uma vez que esperava que o Governo tivesse aplicado maiores poupanças nos cortes das rendas excessivas na área da energia.

Passos desmentiu esse cenário, mas a verdade é que o setor energético mereceu um reparo FMI, BCE e comissão Europeia. “Há um progresso em reduzir a carga indevida sobre os consumidores e os contribuintes, através de um aumento da concorrência e da redução das rendas nos setores de redes e serviços, incluindo o setor elétrico. É necessária maior determinação para avançar com reformas que mexam nos interesses políticos e interesses instalados”, realçou a troika em comunicado.

Confrontado com as rendas do setor energético, Passos Coelho disse apenas que “não se nenhuma crítica especial” ao Governo e “houve somente uma avaliação que conduziu à necessidade de monitorizar bem as medidas que foram adotadas”, sem qualquer “menção a novas medidas, ou o reforço de medidas na área da energia”.

Pedro Passos Coelho destacou o lado positivo da avaliação da troika: “Os resultados são bastante positivos e demonstram que Portugal está a cumprir tudo o que é relevante do Programa de Assistência Económica e Financeira”.

Sobre a necessidade de “maior determinação para avançar com reformas que mexam nos interesses políticos e interesses instalados”, que o comunicado da troika aponta, Passos Coelho salienta que qualquer reforma implica o corte com poderes instituídos. O primeiro-ministro não terá qualquer problema em combater esses interesses.

“Quando há reformas públicas, há sempre reações negativas. No entanto, o Governo que eu lidero não costuma ‘chorar’ perante as resistências que, por vezes, são encontradas no momento em que se tentam implementar reformas”, afirmou o primeiro-ministro.

O Governo vai “prosseguir o caminho que tem definido”, uma vez que, segundo Passos Coelho, “o país está impaciente”, para ver resultados da intervenção do executivo. “E alguns resultados já estão a ser sentidos”, congratulou-se Pedro Passos Coelho.

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