Uma escultura expressiva, do artista David Cerny, está a cativar a atenção, na República Checa, não pela sua beleza, mas pela mensagem política que encerra. Em frente ao castelo de Praga, no rio Vltava, ergue-se um dedo, como forma de protesto contra a corrupção na esfera política checa.

Não é a primeira vez que arte e política se misturam, mas quando a corrupção e os escândalos políticos provocam revolta no artista, a vertente artística pode encolher-se, perante a força da mensagem política que transporta.

Aconteceu na República Checa. Um artista, David Cerny, decidiu levantar um dedo na direção da sede da presidência, como forma de protesto, mesmo diante do histórico castelo de Praga.

Esta foi a forma de expressar um sentimento de revolta, contra a corrupção e os escândalos políticos daquele país, cujo governo caiu precisamente devido a subornos.

Perante este impasse político, o presidente checo, Milos Zeman, tenta promover uma solução política, que passa por uma coligação, que conta com a participação dos comunistas.

Ora, sendo Cerny um anticomunista ‘praticante’, decidiu fechar a sua mão e erguer um dedo, sob a forma de uma imponente escultura, que jaz – até quando? – numa plataforma sobre o rio Vltava.

O presidente da República Checa está em visita oficial à Ucrânia e não comentou o sucedido. Por outro lado, o parlamento checo foi dissolvido, com o país à espera de novas eleições. À deriva, o país fica sujeito às mais expressivas manifestações de protesto.