No período Triássico, há uns 200 milhões de anos, as salamandras gigantes passavam ‘férias no Algarve’. Os fósseis estão agora a ser encontrados em escavações que incluem investigadores do Museu da Lourinhã e da Universidade Nova de Lisboa.
Uma equipa de paleontólogos liderada por investigadores da Universidade de Edimburgo, mas na qual participam técnicos da Universidade Nova de Lisboa e do Museu da Lourinhã, encontrou no Algarve os fósseis de salamandras.
Mas os achados não correspondem às atuais salamandras: trata-se de uma espécie desconhecida, gigante (do tamanho de um automóvel), carnívora e contemporânea dos primeiros dinossauros.
“A riqueza do local era impressionante. A jazida tinha uma densidade de vários crânios por metro quadrado”, descreveu o paleontólogo Octávio Mateus, em declarações à revista Sábado.
A ‘Metoposaurus algarvensis’ terá vivido numa zona próxima à atual cidade de Loulé, durante o período Triássico. Centenas de salamandras terão morrido quando o lago da época secou, sendo esses os fósseis que estão agora a ser encontrados.
“Esta descoberta é o exemplo de um achado de uma época da qual conhecemos muito pouco em Portugal, o Triássico, há cerca de 200 milhões de anos, altura em que viveram alguns dos primeiros dinossauros”, salientou Octávio Mateus.
Steven Brusatte, da Universidade de Edimburgo, explicou à BBC que estes anfíbios eram carnívoros: “Tinha centenas de dentes afiados numa grande cabeça plana, que era como um assento de sanita quando ficava fechada”.
O mesmo investigador lembrou que, no final do período Triássico, a Terra sofreu erupções vulcânicas muito violentas, que provocaram mortes em massa, pelo que há locais (como Loulé) onde se encontram “grandes valas comuns de anfíbios monstruosos”.