Cultura

Nova produção do Teatro Oficina estreia no Festival de Teatro de Almada

circul transfor espelho‘Círculo de Transformação em Espelho’ (Circle Mirror Transformation), de Annie Baker, é a mais recente produção do Teatro Oficina, cuja estreia está marcada no âmbito do 31.º Festival de Teatro de Almada no próximo dia 7 de julho, às 21h30. A peça ficará em cena nos dias 8 e 9, às 17h30 e 21h30, no Teatro Municipal Joaquim Benite.

‘Círculo de Transformação em Espelho’ é uma peça com um título complicado para explicar uma coisa simples. Cinco atores num exercício teatral convidam o público a participar e todos são testemunhas e vítimas de uma transformação comum, que a linguagem elementar de Annie Baker sugere, e que é definidora do sentido do teatro.

‘Circle Mirror Transformation’ estreou em 2009, vencendo o Prémio Obie para melhor peça de teatro americana em 2010 e foi nomeada para os reputados Drama Desk Award, prémios que reconhecem a excelência das peças apresentadas nos palcos de Nova Iorque para as categorias de Melhor Peça e Melhor Encenador.

A estreia europeia da peça aconteceu em Londres, em julho de 2013, no Rose Lipman Building.

A peça recebeu excelentes críticas dos mais conceituados jornais. O The New York Times considerou a peça ‘absorvente e com um humor afiado’.

O jornal britânico The Guardian mostrou-se espantado com a sensibilidade de Baker referindo que se trata de ‘uma peça introspetiva sobre pessoas introvertidas’.

Annie Baker tem um currículo invejável apesar da sua tenra idade para estas andanças. Aos 33 anos, todas as suas peças foram um enorme sucesso, aclamadas pela crítica e quase todas nomeadas para prémios da especialidade.

O The New York Times considerou a ‘Sra. Baker como uma das dramaturgas mais refrescantes e talentosas que surgiram na última década, com uma escrita que apela à ternura e com uma perceção aguçada.’

Trata-se de uma escritora irresistível e foi por isso muito claro para Marcos Barbosa, diretor artístico do Teatro Oficina e responsável por esta encenação, que teria de trabalhar uma peça sua.

Marcos Barbosa confessa que teve um primeiro impulso de encenar ‘The Flick’, da mesma autora, que venceu este ano o prémio Pulitzer.

No entanto, explica que decidiu escolher a peça ‘Circle Mirror Transformation’ por se tratar ‘de um teatro que procura uma maior proximidade com o público, não na tentação da espetacularidade, mas de uma procura da verdade na relação corpo-silêncio-palavra.

Ou seja, vem do nosso último Shakespeare, da vertigem da linguagem, que aqui se transforma num teatro de silêncios cortados por palavras que invadem este círculo e nos obrigam a uma alteração nas relações.’.

Depois da encenação de textos de Will Eno, Jenny Schawrtz e Sheila Callaghan, com esta peça o Teatro Oficina prossegue o caminho de partilha com o teatro português daquilo que de novo e relevante se vai escrevendo noutras paragens.

Com tradução de Manuel João Neto, cenografia de Ricardo Preto, desenho de luz de Pedro Vieira de Carvalho, figurinos de Susana Abreu e sonoplastia de Pedro Lima, a peça conta com a interpretação de Alheli Guerrero, André Júlio Teixeira, Diana Sá, Emílio Gomes e Teresa Coimbra.

Depois da estreia no Festival de Teatro de Almada, ‘Círculo de Transformação em Espelho’ será apresentado em Guimarães, no mês de outubro, no palco do Centro Cultural Vila Flor.

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