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Nova grande barragem em Moçambique está nos planos para a próxima década – vice-ministro

A barragem de Mpanda Nkuwa para produção de eletricidade em Moçambique deverá demorar, pelo menos, mais uma década até estar construída e em funcionamento, prevê o vice-ministro da Energia e Recursos Minerais.

“Falando com muita franqueza, Mpanda Nkuwa deve ir para 2028 ou 2029. Mais cedo que isso não acontece”, referiu Augusto de Sousa, em entrevista à Lusa, depois de a construção do empreendimento ter voltado à ordem do dia.

O Presidente da República, Filipe Nyusi, anunciou em agosto que a Electricidade de Moçambique (EDM) e a Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) estão encarregues de revitalizar o projeto da barragem.

Augusto de Sousa explica que a HCB “pode ir ao mercado e obter financiamentos para implementar o projeto”, mas há ainda um trabalho prévio em curso.

“Estamos a ver toda a documentação do passado”, verificando se “não há nada que penalize o Governo”, desde que foi aprovado o plano de construção, em setembro de 2007, passando desde então por várias parcerias, mas sem nunca se concretizar o projeto.

Depois, há diversos outros prazos a ter em conta, referiu o vice-ministro: cinco anos para construir a barragem a central de produção elétrica, dois anos para estruturação do projeto (que inclui linhas de transporte ou acordos de venda de energia), mais uns quantos para arrumar pendentes.

Tudo junto leva o cronograma até 2028 ou 2029.

“Não vejo [o projeto] acontecer mais cedo que isso”, sublinhou.

A barragem estará pronta numa altura em que Moçambique já estará a extrair gás natural das grandes reservas do fundo do mar, no norte do país, parte do qual será usado para produzir eletricidade.

Mas segundo Augusto de Sousa, mesmo nesse cenário, a construção de Mpanda Nkuwa justifica-se sempre.

O Plano Diretor de Desenvolvimento das Infraestruturas de Eletricidade prevê que nos próximos 25 anos Moçambique multiplique por oito as exigências de eletricidade – chegando aos oito mil megawatts de consumo.

Mais de metade será produzida com gás natural, mas a barragem ajudará “a responder à demanda” e vai contribuir para “a diversificação de fontes de energia”.

“Até há cinco anos, Moçambique era 100 por cento hídrico”, no que respeita às origens da eletricidade. Hoje tem 30 por cento de gás natural (proveniente do projeto da Sasol em Inhambane) e 70 por cento hídrico”, grande parte do qual com origem na barragem de Cahora Bassa.

As limitações à produção de energia naquela albufeira, devido à seca, no último ano, foram um dos sinais de alerta para a necessidade de diversificação do leque de origens de energia.

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