Ação promovida em Lisboa por cerca de 30 manifestantes que queriam dizer “Obrigado, troika” era, afinal, um protesto do movimento ‘Que se lixe a troika’. A concentração, na Praça dos Restauradores, juntaria manifestantes que dedicam uma palavra de apreço aos credores internacionais.
“A capital é palco, nesta segunda-feira, de uma manifestação de apoio e agradecimento à troika, pela ajuda a Portugal. A ação é da responsabilidade de um grupo de cidadãos, denominado “Obrigado, troika”, que contrasta com o grupo ‘Que se lixe a troika’”, noticiava a imprensa, também ela enganada.
Esta manifestação de (irónico) agradecimento à Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional decorreria na Praça dos Restauradores. Serviria para mostrar “reconhecimento” por uma “ajuda que os portugueses podem aproveitar”, segundo explicou, ao jornal Público, Rita de Vasconcelos, uma das organizadoras da iniciativa.
A manifestação estava marcada para o final da tarde de hoje. Rita Vasconcelos salientou que muitas pessoas saem às ruas para se manifestarem contra a troika porque não “estão informadas” sobre os benefícios desta intervenção.
Os organizadores e membros do falso grupo ‘Obrigado, troika’ diziam que também são alvo das medidas de austeridade que estão inscritas no memorando de entendimento, mas lembraram que essas medidas são “absolutamente necessárias”, para que Portugal recupere o equilíbrio das suas contas. Por outro lado, acrescentavam, existem “forças de bloqueio” que tentam travar o sucesso do programa que está em curso.
Estas ideias eram, afinal de contas, pura ironia. À hora da manifestação, soube-se que a iniciativa não era mais do que uma ação do movimento ‘Que se lixe a troika’, que iriam realmente agradecer à troika pela ajuda externa, mas de forma sarcástica. Obrigado por pagarem mais impostos, por terem menores salários, por trabalharem mais horas.