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Moçambique só vai crescer 2% este ano – Banco Mundial

O Banco Mundial reviu hoje em baixa a previsão de crescimento da economia de Moçambique, antecipando uma expansão económica de 2 por cento este ano, cortando 1,5 pontos percentuais face aos 3,5 por cento previstos em janeiro.

“A região do sudeste africano foi atingida por dois ciclones tropicais devastadores, o Idai e o Kenneth em março e abril deste ano, que tiveram um pesado impacto em vidas humanas e causaram estragos severos à infraestrutura social e económica das Ilhas Comores, Malaui, Zimbabué e, em particular, Moçambique”, escrevem os analistas no relatório sobre as “Perspetivas Económicas Mundiais”.

No documento, hoje divulgado em Washington, os peritos desta instituição financeira multilateral afirmam que a previsão de crescimento económico de Moçambique passou de 3,5 por cento, este ano, para 2 por cento, e de 4,1 por cento em 2020 para 3,5 por cento, em comparação com as previsões feitas em janeiro.

“As importações de bens de capital relacionadas com os projetos de investimento em grandes infraestruturas têm estado a contribui para o crescimento dos défices” orçamentais nalguns países da região, lê-se no documento, que pormenoriza que, no caso de Moçambique, “o défice vai aumentar ainda mais durante os efeitos do ciclones devido ao enfraquecimento das exportações de materiais agrícolas e às elevadas importações de material de reconstrução e de ajuda”.

A pressão relacionada com a realização de eleições em outubro, acrescentam, também não ajuda a posição financeira do país, que, à semelhança de outros países, está em dificuldades financeiras que podem ser aumentadas devido à vários desenvolvimentos.

“Primeiro, apesar de as condições de financiamento externo terem recentemente melhorado, podem tornar-se mais restritivas se o sentimento dos investidores se deteriorar”, escreve o Banco Mundial, acrescentando que “isto pode colocar um risco significativo para a perspetiva de evolução económica dos países com um elevado peso da dívida pública ou onde uma grande parte da dívida é detida em moeda estrangeira”, como é o caso de Angola e Moçambique, já que “taxas de juro mais elevados e moedas mais fracas aumentariam o custo de servir a dívida e de refinanciamento, absorveriam as receitas e e limitariam as despesas para reduzir a pobreza”.

Em segundo, “as empresas públicas nalguns países como Angola, Etiópia, Gana Moçambique e África do Sul, particularmente no setor energético, têm dívidas significativas que colocam um risco adicional aos já de si endividados governos”.

No relatório, os economistas do Banco Mundial cortam a previsão de crescimento da África subsaariana para 2,9 por cento este ano, destacando as preocupações com o aumento da dívida pública, o abrandamento nos principais parceiros e dificuldades de financiamento.

“A recuperação na África Subsariana ficou aquém das previsões do início do ano, com o enfraquecimento da procura externa, roturas de aprovisionamento e uma elevada incerteza política a condicionar a atividade das grandes economias”, lê-se no relatório sobre as “Previsões Económicas Mundiais”, divulgado hoje em Washington, que coloca a previsão de crescimento nos 2,9 por cento para este ano, abaixo dos 3,4 por cento previstos em janeiro.

No relatório, os economistas do Banco Mundial antecipam um crescimento na África subsaariana de 3,3 por cento no próximo ano, “assumindo que o sentimento dos investidores melhorará em relação a algumas das grandes economias da região, que a produção de petróleo recuperará nos grandes exportadores e que um crescimento robusto nas economias da região, que consomem menos recursos, será apoiado por uma contínua forte produção agrícola e investimento público sustentado”.

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