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Moçambique lidera no acesso de mulheres a contracepção

Moçambique é o país com maior crescimento no acesso de mulheres e raparigas a métodos contracetivos e um dos poucos que estão em vias de cumprir os objetivos do programa Planeamento Familiar 2020 (FP2020), segundo um relatório publicado hoje.

Segundo o estudo “FP2020: Mulheres no Centro”, Moçambique tem sido consistentemente o país com melhor desempenho entre 69 países menos desenvolvidos que fazem parte do programa, tendo aumentado de 830.000 em 2012 para 2,6 milhões em 2019 o número de mulheres e raparigas com acesso a métodos modernos de planeamento familiar.

A taxa de prevalência passou de 14,3 por cento para 35,6 por cento, referem os dados disponíveis, contribuindo para evitar gravidezes indesejadas, abortos perigosos e mortes das mães durante ou após o parto.

Este resultado é um “testemunho do compromisso do governo e parceiros para alcançar todas as mulheres, incluindo adolescentes, com uma variedade de opções contracetivas”, disse à agência Lusa a diretora-executiva do FP2020, Beth Schlachter, no âmbito do lançamento do relatório hoje em Nairobi, Quénia, à margem da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento.

Segundo esta responsável, Moçambique investiu em melhorar a cadeia de fornecedores e já excedeu o compromisso de garantir que 30 por cento de todos os serviços públicos de saúde usem o Sistema de Informação para Gestão Logística Eletrónica (eLMIS) para produtos contracetivos até 2020, para garantir que diferentes métodos estejam disponíveis.

“Até junho de 2019, 55,84 por cento das unidades de saúde estavam a usar o eLMIS. Isso exigiu um investimento elevado, determinação e acompanhamento e é absolutamente impressionante”, elogiou Beth Schlachter.

Moçambique é um dos nove países que está no bom caminho para alcançar as metas estabelecidas quando aderiu aos compromissos do FP2020, juntamente com o Chade, Camarões, Quirguistão, Zimbabué, Quénia, Gana, Burkina Faso e Sri Lanka.

Angola assumiu em março deste ano uma série de compromissos, nomeadamente de financiamento público para serviços de planeamento familiar, com o objetivo de aumentar o uso de contracetivo em adolescentes e jovens de 33 por cento para 55 por cento nas raparigas e de 42 por cento para 60 por cento nos rapazes.

Estabeleceu também como objetivo quase triplicar a taxa de prevalência de uso de métodos contracetivos para 38 por cento das mulheres até 2021 dos atuais 14 por cento.

O Programa FP2020 foi lançado em 2012, na sequência da Cimeira de Londres sobre Planeamento Familiar, com uma meta de proporcionar métodos contracetivos modernos a mais mais 120 milhões de jovens e mulheres nos países mais pobres até 2020.

O estudo hoje publicado conclui que o número aumentou em apenas 53 milhões nos últimos sete anos, menos de metade do objetivo inicial.

“Embora não tenhamos visto o progresso que esperávamos no objetivo numérico, observámos um progresso incrível nos sistemas [de saúde] e em mais países a investir no planeamento familiar como uma intervenção fundamental”, congratulou-se Beth Schlachter.

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