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Moçambique corta quase metade da previsão de crescimento económico em 2019

Moçambique prevê que o ciclone Idai provoque este ano uma descida da previsão do crescimento económico em dois pontos percentuais, que era de 3,8 por cento, disse na quinta-feira à Lusa o ministro das Finanças do país, Adriano Maleiane.

O Ministério da Economia e Finanças moçambicano espera agora, para 2019, um crescimento situado no intervalo entre 1,1 por cento e 2,8 por cento, cujo ponto médio se situa um pouco acima da metade dos 3,8 por cento previstos.

“Estimamos que vamos ter uma perda de dois pontos percentuais em função do que tínhamos projetado para 2019”, afirmou o ministro da Economia e das Finanças, Adriano Maleiane, referindo que as previsões nacionais anteriores apontavam para um crescimento de 3,8 por cento.

“Com este ciclone, nós pensamos que o PIB [Produto Interno Bruto] em Moçambique pode baixar para um intervalo de 1,1 por cento a 2,8 por cento, portanto [o impacto do Idai] é muito forte”, declarou Adriano Maleiane, em Washington, na sede do Banco Mundial, no final de uma mesa redonda sobre o ciclone Idai, que contou com representantes de 30 países.

O ministro acrescentou que o Governo moçambicano espera uma subida da taxa de inflação – que no final de 2018 se situava em 3,8 por cento – na ordem de um dígito, devido às necessidades criadas pelo ciclone.

Apesar do possível aumento dos preços, o executivo vai reunir esforços para que tal não suceda: “A forma como o Governo pode ajudar a minimizar o sofrimento dos mais necessitados é tudo fazer para que a inflação não atrapalhe”, declarou.

O ciclone Idai terá destruído cerca de 800 mil hectares de campos agrícolas, sendo que a agricultura representa 23 por cento do PIB do país.

A estes estragos juntam-se ainda deterioração de sistemas de circulação, de transporte e de comunicação, acrescentou o governante.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) não fez nenhuma atualização à previsão feita no último mês de outubro para o crescimento de Moçambique em 2019, mantendo-se em 4 por cento.

No final da mesa redonda, realizada com coorganização dos três países afetados pelo Idai, Portugal e Reino Unido, o ministro da Economia e Finanças de Moçambique destacou a colaboração e boa vontade de todos os participantes, sem exceção, para continuar a apoiar a reconstrução em Moçambique, “das formas que cada país puder”.

“O que ficou para mim claro é que todos estão solidários e vão fazer tudo para que Moçambique volte a sorrir”, acrescentou Adriano Maleiane.

Segundo o governante moçambicano, não se fizeram compromissos sobre os valores que cada país irá doar para a reconstrução, porque não era esse objetivo, mas sim, ouvir a predisposição para continuarem a apoiar.

O ciclone Idai atingiu a região centro de Moçambique, o Maláui e o Zimbabué em 14 de março.

Segundo o último balanço das autoridades moçambicanas, o ciclone fez 602 mortos e 1.641 feridos, tendo afetado mais de 1,5 milhões de pessoas no centro do país.

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