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Menezes revela nas entrelinhas o desejo de ser “líder” do Norte

luis_filipe_menezesLuís Filipe Menezes voltou a marcar terreno na corrida à Câmara do Porto. O ainda autarca de Gaia defendeu que “o desejo de Lisboa é que o Norte nunca venha a ter líder”, na sequência de comentários sobre o facto do rival Rui Rio não se conseguir impor a nível nacional.

A rivalidade entre Luís Filipe Menezes e Rui Rio é sobejamente conhecida, tendo sido cimentada ao longo dos últimos três mandatos em que ambos lideraram as Câmaras de Vila Nova Gaia e do Porto, respetivamente. Numa altura em que se insiste na hipótese de Menezes se candidatar ao lugar atualmente ocupado por Rio (e em que se comenta que este, nos bastidores, tenta evitar que tal aconteça), o edil gaiense afirmou que as próximas autárquicas serão “a última oportunidade” do Norte combater a macrocefalia lisboeta.

“O desejo de Lisboa é que o Norte nunca venha a ter líder”, insistiu Luís Filipe Menezes, aproveitando o embalo das recentes declarações de Marcelo Rebelo de Sousa. O comentador político referiu, ontem, que Rui Rio não tem conseguido ser o líder do Norte, com o autarca de Gaia a complementar o comentário durante uma visita ao piquete de greve dos trabalhadores da Cerâmica de Valadares.

“O desenho de Lisboa é que o Norte nunca venha a ter líder. É um pouco essa lógica pitonisesca de que o Norte está condenado a não ter líder. Há quem trabalhe para, na secretaria, conseguir esse desiderato”, criticou Menezes, embora defendendo não ter ouvido o comentário de Marcelo Rebelo de Sousa e rejeitando, como habitual, abordar uma eventual candidatura à autarquia portuense. “Sou presidente da Câmara de Gaia, estou a fazer o meu papel até ao fim”, alegou.

“É impossível que uma região se levante sem lideranças fortes. Neste novo ciclo político que vem aí, o Norte tem talvez a última oportunidade, numa perspetiva de duas ou três gerações, de se tornar num grande centro alternativo a Lisboa, na segunda grande ponte urbana de entrada na Europa”, considerou Menezes, lembrando que “o Norte sempre teve grandes líderes no passado”.

Um desses exemplos foi Fernando Gomes, “o último grande líder que teve fraquejou por razões diversas”, embora tenha dado “um empurrãozinho a isto”. Pelo meio, deixou críticas veladas à atuação de Rui Rio à frente da Câmara portuense, tanto mais que Menezes vive no Porto “há 44 anos” e não conhece a cidade “do ‘Google Earth’”, um software de mapeamento informático.

Menezes recordou ainda que “andar em Cedofeita, Santo Ildefonso e Bonfim significava andar no meio de pessoas, quer fossem seis da manhã ou fim da tarde, e em que o Bolhão era um dos mercados mais radiosos da Europa”. O mesmo Bolhão em que os vendedores se encontram em guerra aberta com Rui Rio, dados os planos do autarca para o mercado.

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