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Médicos vão às prisões tratar reclusos com VIH e hepatites

Os médicos vão passar a deslocar-se às prisões para cuidar dos reclusos infetados com VIH e hepatites B e C e vão realizar-se rastreios à entrada, durante e final da reclusão, segundo protocolos que hoje são assinados.

A Direção-Geral da Reinserção e dos Serviços Prisionais (DGRSP) e 28 instituições hospitalares do Serviço Nacional de Saúde (SNS) vão assinar protocolos no âmbito do tratamento das infeções por Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) e das hepatites virais na população reclusa.

Segundo a DGRSP, estes protocolos “dão forma a um novo modelo de abordagem dos cuidados de saúde em matéria de doenças infecciosas nas prisões”.

Este novo modelo vai permitir que os médicos – infeciologistas, gastrenterologistas e internistas – passem a deslocar-se às prisões para cuidar da população reclusa infetada com VIH, hepatites B e C de 45 estabelecimentos prisionais do continente.

A DGRSP adianta que vão também começar a ser realizados rastreios à entrada, durante, e no final do período de reclusão.

O combate às infeções por VIH e das hepatites virais B e C é uma questão de saúde pública prioritária a nível mundial e encontram maior prevalência na população prisional.

Em Portugal, de acordo com os dados mais recentes avançados pelo MJ, 4,5 por cento da população reclusa está infetada com VIH, 1,2 por cento tem hepatite B e 10,1 por cento tem hepatite C.

O objetivo dos presentes Protocolos “é extremamente relevante e inovador”, tendo em conta que, pela primeira vez, será possível alcançar as metas definidas pela Organização Mundial de Saúde, nomeadamente o tratamento de todos os reclusos infetados por VIH e a eliminação da hepatite C nas prisões até 2020, refere uma nota da DGRSP.

A DGRSP sublinha também que os reclusos nos estabelecimentos prisionais que estavam até aqui sujeitos a procedimentos de segurança na deslocação ao exterior, “o que causava constrangimentos à observação clínica”, passam agora a ser consultados e tratados na própria prisão.

A realização destas consultas de especialidade nas prisões aposta na proximidade e permite racionalizar o tempo e “a utilização de meios materiais e humanos” da DGRSP e do SNS.

Os protocolos vão ser assinados no Estabelecimento Prisional de Lisboa durante a cerimónia “Eliminar a Hepatite C nos Estabelecimentos Prisionais até 2020”, que conta com a presença da ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, e do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.

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