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“Médicos proibidos de prescrever aquilo que acham que devem para os doentes”, denuncia bastonário

bastonario omAs diferentes políticas hospitalares para os medicamentos originam situações em que os médicos ficam “proibidos de prescrever aquilo que acham que devem para os doentes”, como denuncia José Manuel Silva, bastonário da Ordem dos Médicos, dando o exemplo da hepatite C.

A acusação do bastonário da Ordem dos Médicos (OM), José Manuel Silva, não podia ser mais clara: “há médicos que estão, neste momento, a ser proibidos de prescrever aquilo que acham que devem para os doentes”. Esta situação, “inaceitável”, ocorre porque cada hospital segue uma política própria de medicamentos.

“Não podemos permitir que dois hospitais separados por uma rua tenham políticas diferentes”, reforçou Rui Nunes, presidente da Associação Portuguesa de Bioética, contestando também a prática de haver “hospitais com políticas diferentes” no que concerne aos medicamentos.

Ao denunciar estas “situações de discriminação”, ontem à noite, num debate sobre racionamento e racionalização de medicamentos promovido pela OM, José Manuel Silva citou o exemplo da hepatite C, doença para a qual têm surgido novos fármacos, aprovados pela Agência Europeia do Medicamento devido ao “espetacular benefício na terapêutica” (aumenta a taxa de cura entre 30 a 40 por cento), e que não podem ser utilizados em alguns hospitais nacionais.

Rui Nunes, que tem sido uma das vozes mais críticas contra o parecer do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida sobre racionamento de medicamentos , avançou com outro exemplo: “Um dá um medicamento num determinado cancro e o outro não dá. Afinal, quem é que manda neste país?”

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