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Marisa Matias: “Declarações de Jonet são de quem está em cima a olhar para baixo”

marisa matiasausteridade marisa matias desempregados jonetEm declarações à Antena 1, Marisa Matias, cabeça de lista do Bloco de Esquerda para as eleições europeias, criticou as palavras da presidente do Banco Alimentar. Isabel Jonet apontara o dedo aos desempregados que estão agarrados às redes sociais. Marisa Matias diz que as “declarações de Jonet são de quem está em cima a olhar para baixo”.

A eurodeputada Marisa Matias participou no Conselho Superior da Antena 1, abordando as políticas de austeridade e os desempregados. O mote foi a declaração de Isabel Jonet, que nesta semana criticou os desempregados que “estão agarrados” às redes sociais.

A cabeça de lista do Bloco de Esquerda para as eleições europeias diz que Isabel Jonet “está em cima a olhar para baixo”. E Marisa Matias defende os desempregados, que não são culpados dessa situação, mas vítimas das políticas de austeridade.

Para Marisa Matias, o que Jonet disse resume-se à ideia de que “quem está na pobreza está porque quer”, sendo que basta “que se mexam e se ponham a andar”. “Como se o desemprego não tivesse nada que ver com as políticas em prática”, diz.

“Não há políticas para a criação de emprego. E as pessoas que estão no desemprego, se saíssem das redes sociais, continuariam desempregadas”, defende a eurodeputada bloquista.

Marisa Matias considera que a realidade portuguesa não acontece por acaso: “Há uma transformação ideológica, que tem que ver com as políticas de austeridade, que usam o trabalho como única variável de ajustamento. Não há outra. As contas públicas estão incontroláveis, não há consolidação orçamental e é por via do emprego e do corte de salários para repor os lucros do setor financeiro”.

Há, por outro lado, uma “obsessão do défice e da dívida”, de quem não percebe que, “sem combater o desemprego”, não atinge qualquer objetivo. “É preciso colocar o desemprego no centro das políticas”, diz Marisa Matias.

Marisa Matias defendeu a reestruturação da dívida, para desviar recursos para políticas de emprego. “Tratam-se os desempregados como se eles tivessem culpa do desemprego”, acusa.

“Até para procurar emprego é preciso dinheiro. E não são as redes sociais que provocam esta situação”, acrescenta, visando as declarações de Isabel Jonet.

Recorde-se que a presidente do Banco Alimentar Contra a Fome concedeu uma entrevista à Renascença onde teceu críticas às pessoas que estão desempregadas e que dedicam o seu tempo livre às redes sociais.

Isabel Jonet abordou a problemática da pobreza e o fenómeno do aumento do desemprego. Para a presidente do Banco Alimentar Contra a Fome, não há nada pior do que as redes sociais para as pessoas que perdem o emprego.

“O pior inimigo dos desempregados são as redes sociais. As pessoas ficam desempregadas e passam dias inteiros agarradas ao Facebook, a jogos, a amigos que não existem”, critica Jonet, que considera que aqueles espaços não são mais do que o acesso a uma “vida de total ilusão”.

Para a presidente do Banco Alimentar, as pessoas devem desligar-se desse mundo, sair das suas casas e adotarem uma vida ativa, procurando oportunidades e vivendo num mundo real. Marisa Matias entende que o desempregado é uma vítima da austeridade.

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