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Marcelo vê reforma do Estado em risco se Seguro não participar no processo

marcelo rebelo sousa1O social-democrata Marcelo Rebelo de Sousa defende que a reforma do Estado só avança com uma revisão constitucional que o comentador acha impossível. “A troika tem de perceber que, a terem de ser feitos cortes de 4000 milhões, não podem implicar uma revisão da Constituição, porque ela não vai existir”, sustentou Marcelo, que incita Seguro a dialogar com o Governo.

Não vai ser possível, segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “rever a Constituição nos próximos anos”, uma vez que “o Partido Socialista não vai aceitar”. No seu comentário semanal na TVI, Marcelo enviou uma mensagem à troika.

“Estou a dizer, para a troika perceber: a terem de ser feitos cortes de 4000 milhões, não podem implicar uma revisão da Constituição, porque ela não vai existir”, sustentou o comentador político.

Recorde-se que o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou recentemente que a reforma do Estado vai avançar, mesmo que o PS não participe nesse processo. António José Seguro, secretário-geral do PS, foi convidado a fortalecer um consenso que se pretende amplo.

E se o secretário-geral do PS manteve as portas entreabertas para estabelecer consensos com o Governo, já surgiram sinais contra, no seio socialista. O PS entende que o Governo já discutiu a reforma do Estado com a troika, sendo que só chamou o principal partido da oposição com o processo em andamento.

Marcelo Rebelo de Sousa comentou esta posição de António José Seguro. “Eu sou defensor de consenso alargado ao PS e não percebo porque é Seguro foge a esse consenso. Bastava dizer-lhe o seguinte: ‘Eu não aceito rever a Constituição, mas dentro disto, não tocando na Constituição, vamos falar’. E o Governo destratou gravemente António José Seguro”, afirmou Marcelo.

O professor admitiu ainda que, hoje, “o PS não assinaria o memorando da troika”. No entanto, acrescenta Marcelo, “mal ou bem, o PS assinou o memorando”. E por isso Seguro está vinculado ao memorando, “mas está cheio de vontade de não estar”.

E neste equilíbrio, “cabe-lhe o papel de não fechar as portas ao diálogo”. E assim Seguro “só ganha se mostrar espírito de diálogo”, para que se possa sentar à mesa, “nem que seja para dizer que não concorda com as medidas”, conclui Marcelo.

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