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Maomé chora no Charlie, na edição dos resistentes

charlie hebdo 2015 A primeira edição após o ataque terrorista no Charlie Hebdo chega às bancas nesta quarta-feira, com Maomé a chorar, numa caricatura de reflexão. A melancolia de Maomé – que se assume como um Charlie – vem acompanhada de um perdão para todos.

Por uma caricatura de Maomé morreram, com uma caricatura de Maomé ‘regressa’ o Charlie Hebdo, nesta quarta-feira, dia do regresso às bancas do jornal satírico, ainda a secar as lágrimas de um ataque brutal, que tirou a vida a 12 pessoas, quatro das quais caricaturistas da publicação.

As lágrimas de Maomé têm pouco de provocatório. Mas representam uma mensagem forte. Foi por caricaturas de Maomé que os criadores do Charlie morreram. É com o rosto de um Maomé triste que se presta homenagem a essas vítimas, na edição de amanhã.

O Charlie Hebdo vai ser feito com uma tiragem excepcional de três milhões de exemplares, ao invés dos habituais 60 mil. Na capa, Maomé segura um “Je suis Charlie”, com a lágrima a desvanecer-se pelo rosto.

A próxima edição vai ainda ser publicada num total de 16 idiomas, como acrescentou o caricaturista Patrick Pelloux.

“Terá uma difusão excecional como gesto de vida e sobrevivência”, reforçou ainda o advogado, salientando que o mote ‘Eu sou Charlie’ se tornou num “estado de espírito” que incluiu, para além da liberdade de expressão, “o direito à blasfémia”.

“O humor sem rir de si mesmo não é humor. Nós rimos de nós mesmos, dos políticos, das religiões. É um estado de espírito”, alegou Richard Malka.

O jornal tem sido produzido na redação do Libération, um diário que teve a segurança reforçada pelas autoridades, e com o apoio de outros periódicos, como é o caso do conhecido Le Monde, que cedeu cinco computadores e outro material informático.

Recorde-se que entre as 12 vítimas do atentado de quinta-feira contra a redação do Charlie Hebdo se encontram o antigo diretor, Charb, e quatro dos mais conhecidos caricaturistas franceses.

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