Economia

Lucro da Corticeira Amorim aumenta seis por cento para 77,4 milhões em 2018

O lucro da Corticeira Amorim aumentou 6,0 por cento, para 77,4 milhões de euros, em 2018 face a 2017, tendo as vendas consolidadas subido 8,8 por cento para 763,1 milhões de euros, divulgou hoje a empresa.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Corticeira Amorim adianta que o Conselho de Administração irá propor à assembleia-geral de acionistas, agendada para 12 de abril, a distribuição de um dividendo bruto de 0,185 euros por ação.

Segundo a empresa, se excluído o efeito da variação de perímetro e o impacto da desvalorização do dólar, as vendas teriam crescido 4,6 por cento, sendo que no segundo semestre de 2018 “já não existiu impacto da variação de perímetro” do Grupo Bourrassé (Bourrassé), que começou a ser consolidado a partir de 30 de junho de 2017.

No ano passado, o EBITDA (resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) consolidado da Corticeira Amorim aumentou 0,3 por cento, para quase 134 milhões de euros, tendo o rácio EBITDA/vendas recuado 1,4 pontos percentuais, de 19,0 por cento para 17,6 por cento, face ao período homólogo.

Esta evolução é sobretudo justificada com “a pressão sobre a margem bruta causada pelo aumento de preços da matéria-prima e o efeito da desvalorização cambial do dólar no primeiro semestre”, cujo efeito foi atenuado pelos “aumentos de preço” e “ganhos de eficiência operacional”, associados a um “rigoroso controlo dos custos e a redução das imparidades”.

Segundo a empresa com sede em Mozelos, Santa Maria da Feira, em 2018 todas as unidades de negócios (UN) registaram crescimento de vendas, com a exceção da UN Revestimentos.

Em termos acumulados, a UN Rolhas (a única onde existiu variação de perímetro) apresentou um crescimento das vendas de 11,9 por cento, a UN Matérias-Primas de 19,5 por cento, a UN Aglomerados Compósitos de 3,4 por cento e a UN Isolamentos de 13,1 por cento.

A UN Matérias-Primas registou vendas de 186,4 milhões, um crescimento de 19,5 por cento face ao período homólogo, sendo as vendas desta unidade “essencialmente para as outras unidades da Corticeira Amorim”.

Já as vendas da UN Rolhas atingiram os 534,0 milhões de euros, mais 11,9 por cento do que em 2017, numa evolução que, a câmbios constantes e excluindo a variação de perímetro, se teria ficado pelos 5,2 por cento.

Quanto às vendas da UN Revestimentos, cifraram-se em 112,2 milhões de euros, caindo 7,7 por cento face ao período homólogo e mantendo a tendência registada nos primeiros nove meses do ano, enquanto a UN Aglomerados Compósitos faturou 102,2 milhões de euros, mais 3,4 por cento em relação ao ano anterior, com a ‘performance’ do segundo semestre a inverter a quebra até junho (excluindo o efeito cambial, as vendas desta UN teriam crescido 5,4 por cento).

Em termos de rentabilidade, a UN Matérias-Primas e Rolhas atingiu um EBITDA de 123,6 milhões de euros, um crescimento de 8,7 por cento face ao ano anterior, enquanto a UN Revestimentos “foi afetada pela redução de vendas, pelo registo de imparidades de clientes e pela pressão dos preços da principal matéria-prima (cortiça)”, tendo o respetivo EBITDA recuado para 3,0 milhões de euros.

Segundo a corticeira, estima-se que os cerca de 1,1 milhões de euros afetados a “medidas de reestruturação adicionais” nesta unidade “possibilitem o regresso ao crescimento da atividade e da rentabilidade da UN no próximo ano”.

Já o EBITDA da UN Aglomerados Compósitos somou 10,3 milhões de euros (abaixo dos 15,0 milhões de euros do período homólogo), “impactado pelo aumento do preço da matéria-prima e pelo efeito cambial desfavorável”, e o da UN Isolamentos atingiu os 0,6 milhões de euros, uma redução relativamente aos 1,7 milhões de euros do ano anterior, penalizado pelo “consumo de cortiça mais cara”.

No final de 2018, a dívida remunerada líquida da Corticeira Amorim ascendia a 139,0 milhões de euros (contra 92,8 milhões de euros no final de 2017), tendo os encargos financeiros totais registado “um ligeiro acréscimo resultante do aumento do endividamento médio”, que se deveu “essencialmente ao valor pago pelas aquisições mais recentes (Bourassé, Sodiliège e Elfverson) e ao acréscimo do investimento em CAPEX e fundo de maneio”.

Em destaque

Subir