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Louçã quer “romper com o memorando em nome de Portugal”

francisco_louca1Francisco Louçã, líder do Bloco de Esquerda (BE), reagiu em conferência de Imprensa à reunião do Eurogrupo, acusando o ministro das Finanças de “falar em enigmas” e esconder a verdade. “Quando o Governo quiser falar claro, dirá o que pensa”, afirmou Louçã, que aponta a solução para Portugal: “Rasgar o memorando de entendimento com a troika”.

Um dia depois de, em Bruxelas, os ministros das Finanças dos 27 estados-membros da União Europeia terem discutido a possibilidade de Portugal não cumprir as metas do défice, Francisco Louçã disparou em direção ao Governo, com Vítor Gaspar como principal destinatário das críticas, pelo facto de não ter falado claro.

Vítor Gaspar espera que a troika encontre “formas de favorecer o sucesso do processo de ajustamento em Portugal”, o que, para o líder do BE, é um “enigma”, truque usado pelo Governo para esconder a sua estratégia. “Quando o Governo quiser falar claro, dirá o que pensa. Se quiser falar em enigmas da esfinge…”, disse Louçã, em reação às palavras do titular da pasta das Finanças.

Francisco Louçã reiterou as acusações à política de austeridade do executivo, em nome de uma meta que pode ficar por cumprir. A austeridade, segundo Louçã, é “um buraco atrás de buraco”, sendo que “de buraco em buraco, Portugal vai contraindo mais dívida”.

Para o Bloco, a alternativa a “uma austeridade que destrói” não é a solução que o Partido Socialista apresenta – “Prolongar a austeridade por mais dois anos”, segundo Francisco Louçã. O BE pretende “acabar com a austeridade agora”. E para fazê-lo “é preciso romper com o memorando de entendimento com a troika, em nome de Portugal”.

Numa conferência de imprensa cáustica, que decorreu na sede do BE em Lisboa, Louçã não desviou o discurso, considerando que a reunião do Eurogrupo veio confirmar que Vítor Gaspar está equivocado e que a meta do défice não será cumprida. Realidade que o Governo não quer assumir, mas que Louçã toma como certa.

Neste encontro dos ministros das Finanças, foi também decidido conceder mais um ano a Espanha, país que terá de atingir três por cento de défice um ano mais tarde do que o previsto. Em Bruxelas, o Eurogrupo voltou a revelar que o cenário macroeconómico está a impedir que as economias mais debilitadas reentrem no caminho do crescimento.

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