As consultas e as operações em hospitais do SNS poderão ser marcadas para a noite ou para o fim de semana. Há cada vez mais unidades hospitalares a adotar horários de trabalho mais alargados nas áreas de maior ‘pressão’: as que têm listas de espera mais demoradas.

Não se admire se receber uma notificação do Serviço Nacional de Saúde (SNS) a informar que tem uma consulta numa terça-feira à noite ou que será operado a um domingo. Em determinadas especialidades, os horários de trabalho estão a ser alargados, isto num número cada vez maior de hospitais públicos.

O objetivo é assumido: reduzir as listas de espera, que em algumas especialidades demoram mais de ano e meio.

O alargamento dos horários de trabalho, já em vigor em unidades como o Centro Hospitalar de Lisboa Norte, o Amadora-Sintra e o Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, estão ser definidos para as áreas de maior ‘pressão’, como oftalmologia, ortopedia ou dermatologia.

Carlos Martins, citado pelo Diário de Notícias, admite que o Centro Hospitalar de Lisboa Norte pondera alargar os horários em mais especialidades. “Está-se a analisar o alargamento de horários pelo menos até às 20 horas em áreas de pressão, como ortopedia, dermatologia, cirurgia plástica ou oftalmologia”, referiu o presidente do Conselho de Administração.

A mesma fonte salienta os primeiros resultados têm sido positivos. Na área da imagiologia, por exemplo, a fila de espera das tomografias axiais computorizadas (TAC), ressonâncias e raio X diminuiu em 25 por cento desde que os sábados passaram a integrar o horário

O alargamento dos horários não tem um reflexo direto num aumento dos custos: apesar das unidades hospitalares terem de pagar as horas extras e os fins de semana, ‘aliviam’ as listas de espera e diminuem os casos de doentes enviados para outros hospitais.