O dentista Walter Palmer vai voltar ao trabalho, dois meses após ter ter morto o leão Cecil. “Se eu soubesse que era tão importante para o país não o teria caçado”, defendeu-se o dentista, no mesmo dia em que o advogado negou que Palmer “tenha feito algo de errado”.

Ainda se lembra do leão Cecil, a grande causa de julho? Pois agora que o mundo está concentrado na tragédia dos refugiados que procuram a Europa o dentista que chegou a ser o homem mais ‘procurado’ do mundo, Walter Palmer, vai voltar ao trabalho, depois de ter encerrado a clínica e encerrado as contas sociais após as represálias de que foi alvo.

Na primeira entrevista que deu sobre o caso, o homem que matou o leão que simbolizava o Zimbabué alegou que desconhecia a importância de Cecil: “Se eu soubesse que o leão tinha nome e era tão importante para o país e para o estudo, não o teria, obviamente, caçado. Ninguém na nossa equipa sabia quem era o leão, antes ou depois da caçada”.

A entrevista de Palmer à Associated Press e ao Minneapolis Star Tribune coincidiu com uma tomada de posição pública do advogado que defende o dentista. Ao lado do caçador enquanto este era confrontado pelos jornalistas, o advogado fez questão de frisar que não “havia alegações oficiais de que ele tenha feito algo de errado” ao abater o leão.

Isto porque a acusação defende que o proprietário do terreno no qual Cecil foi abatido não tinha quota para abater um leão, além da alegação de que Palmer e um outro caçador teriam atraído a felino para fora do parque natural do Hwange.

O Zimbabué continua a demandar a extradição de Walter Palmer e o Tribunal de Hwange agendou para dia 28 deste mês a audição do organizador do safari, Theo Bronkhorst, um caçador profissional zimbabueano.

Na mesma entrevista, o dentista negou a acusação de ter abatido Cecil a tiro e de o ter perseguido depois de alvejado (durante mais de 40 horas, até o leão não aguentar mais a fuga), garantindo que apenas o feriu com uma seta.