As investigações da ASAE ocorreram em janeiro e “não foram detetadas irregularidades”, de acordo com a Lusa, que cita fonte do Ministério da Economia.
As autoridades britânicas e irlandesas confirmaram o oposto e já houve consumo de carne de cavalo, naqueles países, em lasanha da marca Findus, que supostamente deveria conter 100 por cento de carne de vaca.
O percurso da carne de cavalo começou no grupo francês Spanghero (com sede no sul de França), que vendeu aquela carne à Comigel, empresa que forneceu a Findus. A Spanghero já admitiu que compra carnes provenientes da Roménia, onde são abatidos gado bovino e cavalos. No entanto, aquele grupo francês garante que não faz da venda de carne equídea o seu negócio.
Decorre, em França, uma investigação, que tem como objetivo encontrar os culpados de uma situação que o ministro da Agricultura gaulês considera “inaceitável”. Stéphane Le Foll, titular da pasta da agricultura em França, já prometeu sanções pesadas para os prevaricadores.
A Findus, marca sueca, fez análises às lasanhas fornecidas pela Comigel e encontrou 11 casos em que, em vez de carne de vaca, as lasanhas eram compostas por pelo menos 60 por cento de carne de cavalo.
Mas esta ‘viagem’ da carne, que passa pela Roménia e França, com destino ao Reino Unido e Irlanda tem ainda outro ponto geográfico: Luxemburgo. Foi neste país que as lasanhas foram produzidas.
Há rótulos falsos, que enganam empresas e consumidores. A Findus prometeu retirar as lasanhas do mercado e analisar todos os seus produtos que contêm carnes. Pelo meio, estão os fornecedores, que se dizem enganados, tal como as empresas destinatárias das carnes de cavalo.
O caso suscitou queixas-crime contra o produtor que comprou a carne na Roménia e é crível que também em solo romeno o matadouro seja responsabilizado. Em Portugal, não há carne trocada, garante o Governo.
