Nas Notícias

La Masia, a fábrica de talentos do Barcelona

Xavi, Iniesta, Messi, são apenas três dos muitos talentos fabricados nas escolas do Barcelona.

La Masia é hoje considerada a melhor academia de futebol do mundo. O rigor impera em toda a organização.

O despertador toca às 06h45. Meia hora depois todos têm de estar na sala do pequeno-almoço, que dura 15 minutos. Às 07h30 um autocarro do clube leva os jovens para a escola, onde as aulas se iniciam às 08h00 em ponto.

Já de regresso a La Masia, o almoço é servido às 14h00. Uma hora depois inicia-se a primeira parte do dia de tempo livre (meia hora). Mas com regras. Não há videojogos nem computadores. Os jovens assistem a conferências e a palestras.

Às 15h30 começam as aulas de inglês, dadas por funcionários do Barcelona.

Só às 17h00 é que os jovens têm o primeiro contacto com desporto, seja futebol, basquetebol ou outra qualquer modalidade do clube catalão.

Às 20 mais uma hora de tempo livre. Aos fins-de-semana, e só aos fins-de-semana, os jovens podem jogar videojogos.

Às 21 é hora de jantar, seguido de mais meia hora de tempo livre, onde podem, por exemplo, ver jogos na televisão.

O recolher obrigatório é feito às 22h30.

Tudo isto para criar os melhores jogadores do mundo, mas acima de tudo os melhores homens do mundo. Veja o vídeo de como é um dia em La Masia:

História de La Masia

A ligação de La Masia ao Barcelona inicia-se em 1979, quando Johan Cruyff deu a ideia da criação de uma academia ao então presidente do clube Josep Núñez.

Outrora uma simples casa de agricultores, La Masia tornou-se então no quartel-general dos catalães.

Em 2011, a equipa principal mudou-se para a nova cidade desportiva Joan Gamper, onde está até hoje.

La Masia ficou então destinada unicamente à prospeção e criação de talentos.

Hoje é a casa de cerca de 60 jovens. É uma das melhores academias do mundo, mas também uma das mais dispendiosas. Estima-se que o Barcelona gaste cinco milhões de euros por ano.

A idade mínima para um jovem se mudar para La Masia é 6 anos. Todos os anos, cerca de mil (entre os 6 e os 8 anos) tentam a sua sorte. Apenas 200 são escolhidos para prestar provas.

Organização

Quando Pep Guardiola se iniciou como treinador no Barcelona B, em 2007, criou um programa de três etapas, desde o escalão de juvenis até à equipa principal. A primeira etapa consiste num sistema de rotação de jogadores entre os escalões jovens e a equipa B.

O segundo passo é criar condições mentais e físicas para que o jogador se afirme na equipa B. O último passo é fazer desse mesmo jogador uma peça chave da equipa B, dando-lhe a possibilidade de subir ao plantel principal.

Filosofia de treino e jogo de La Masia

A filosofia de La Masia começa a ser implementada nos jovens quase como uma religião.

Desde as camadas jovens, os jogadores são ensinados com base em duas práticas, tão simples como passe e movimentação.

A ideologia teve por base a escola holandesa que Cruyff ajudou a implementar em La Masia. Pep Guardiola juntou-lhe aquilo que hoje se chama de tiqui-taka e que não é mais que ter uma equipa totalmente fluida a nível de posições de jogadores, passar a bola e preencher um espaço vazio (a tal filosofia do passe e movimentação).

A partir daqui, o resto é história.

Em 2009, Lionel Messi tornou-se no primeiro ‘protótipo’ de La Masia a vencer a Bola de Ouro. Hoje já conta com cinco.

A 11 de julho de 2010, a Espanha venceu o Campeonato do Mundo com oito jogadores do Barcelona, sete deles criados em La Masia, seis fizeram parte do 11 inicial: Piqué, Puyol, Iniesta, Xavi, Busquets e Pedro Rodríguez.

Saiu Guardiola mas a filosofia ficou. La Masia continuará certamente a produzir talentos, o Barcelona continuará certamente a reescrever a história nos próximos anos.

Em destaque

Subir