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Jovens da Lusófona que morreram no Meco vistos a “rastejar com pedras nos tornozelos”, conta testemunha

marmeco gouveia amnesiaLisboa – Segundo o DN, os estudantes da Universidade Lusófona que morreram no Meco foram vistos com pedras amarradas aos tornozelos, a rastejar. Uma testemunha (que mora ao lado da casa onde os jovens estavam a passar o fim-de-semana) conta ao jornal que, perante aquela “humilhação”, se aproximou do local, para repreender quem praxava os jovens. A resposta: “Isto é uma praxe. Uma experiência de vida. Não se meta”.

A tragédia do Meco, que provocou a morte a cinco estudantes, no dia 15 de dezembro, pode ter sido resultado de uma praxe, segundo adianta o Diário de Notícias, que cita uma testemunha.

Uma moradora de uma casa no Meco, contígua à residência que os jovens tinham alugado. revela que assistiu a uma praxe, que incomodou diversas pessoas, também elas testemunhas. E uma delas aproximou-se do local e repreendeu quem estava a praxar os estudantes da Universidade Lusófona de Lisboa, segundo conta aquele jornal. No entanto, a resposta foi curta e grossa.

“Aquilo já estava a ser de mais. Duas miúdas já tinham as meias rotas. Era uma humilhação e um vizinho foi lá ter com eles. Disse que também tinha sido estudante e sugeriu-lhes que se divertissem de outra maneira.” Responderam-lhe: ‘Isto é uma praxe. Uma experiência de vida. Não se meta’”, adianta o Diário de Notícias.

Os estudantes da Lusófona foram vistos “a rastejar, com pedras atadas aos tornozelos”, perto do mar. E pode ter sido esta, alegadamente, a razão pela qual não conseguiram escapar à onda que os arrastou até à morte, no passado dia 15 de dezembro.

Entretanto, a família de um dos jovens já reagiu a esta informação. Fátima Negrão, mãe de uma das cinco vítimas, não está espantada com esta versão. “Ninguém já tem dúvidas de que era praxe”, afirma, citada pelo Público.

Quem também confirma esta versão – de que os estudantes estavam na praia do Meco a serem praxados – é a empregada de limpeza da casa alugada, Etelvina Fonseca.

A Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias de Lisboa ainda não reagiu a esta informação, mas já tinha determinado a abertura de um inquérito interno, segundo adianta um despacho divulgado na passada segunda-feira.

O inquérito ficará concluído num prazo máximo de 40 dias, sendo que o gabinete jurídico da Universidade Lusófona irá ouvir alunos e professores daquela universidade. O objetivo desta investigação interna da Universidade Lusófona é conseguir uma “aclaração dos factos”, ao mesmo tempo que se “lança luz sobre a génese do acontecimento”.

As famílias das vítimas esperam respostas e estão incomodadas com o silêncio do único sobrevivente, alegado dux (responsável máximo) da comissão que organiza as praxes académicas na Lusófona.

Recorde-se que cinco jovens estudantes perderam a vida, num caso envolto em grande mistério, com dúvidas sobre a existência de uma alegada praxe. As famílias das vítimas querem explicações e o testemunho de João torna-se essencial.

João Gouveia é alegadamente um dos responsáveis das praxes, na Universidade Lusófona, onde todos os estudantes cumpriam a sua formação superior. E suspeita-se de que esta tragédia que provocou seis vítimas esteja associada a práticas de praxe de estudantes. Os jovens foram arrastados por uma onda, numa história estranha.

João Gouveia, dux da Universidade Lusófona que esteve com “amnésia seletiva”, “não está a fugir” ao depoimento. Carlos Poiares, psicólogo e professor, adianta que o jovem irá prestar depoimento logo que possível.

“Ele viveu uma situação traumática que pode conduzir à amnésia seletiva. Neste momento, nem era conveniente que falasse, porque reviveria os acontecimentos”, disse o especialista ao Diário de Notícias.

O sobrevivente está a ser seguido por um psicólogo da Lusófona, a quem caberá avaliara quando o jovem poderá prestar depoimento, acerca do incidente trágico.

A viver o desespero da perda, as famílias sofrem agora com a angústia da procura de respostas sobre esta tragédia do Meco. A Universidade Lusófona de Lisboa quer esclarecer os factos e espera que o inquérito aberto cumpra essa missão.

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