Em entrevista à RTP Madeira, no dia da Região Autónoma, Alberto João Jardim lança um aviso, em tom ameaçador: “Quando houver elites de vários pontos do país que se entendam, teremos um 29 de maio e Lisboa cai”. Jardim admite a independência da Madeira.
“Quando houver elites de vários pontos do país que se entendam, teremos um 29 de maio e Lisboa cai”, afirmou ontem Alberto João Jardim, numa alusão a 29 de maio de 1453, data em que os otomanos conquistam Constantinopla.
Nesta entrevista à RTP Madeira, no dia em que se comemorava o Dia da Região, Alberto João Jardim mostrou-se crítico da Constituição e defendeu um referendo, que possa, num extremo, levar a Madeira à “independência”.
“A Constituição, tal como está, não nos serve. Não aceitamos o Estado unitário. Lanço um repto aos que se dizem democratas: Vamos fazer um referendo sobre a Madeira”, disparou Alberto João Jardim.
Perante a situação da Madeira e do país, Alberto João Jardim apenas admite quatro cenários: “Voltar ao integracionismo anterior, manter a autonomia tal como ela está, manter a autonomia que fica para o Estado os direitos, liberdades e garantias, defesa, segurança interna, tribunais de recurso e Segurança Social, ou então a independência”, defendeu, à RTP Madeira.
A sua posição segue no sentido de nascer em Portugal um movimento, “não apenas nas ilhas”, mas no continente, nas regiões mais afetadas pelo que Jardim apelida de “centralismo português”. O objetivo deste movimento, segundo Jardim, é criar uma força e “tentar mudar o país”.
No entanto, esta posição de Alberto João Jardim salvaguardaria sempre uma luta “pacífica”, para que não se perca a razão, nem os valores democráticos. “O separatismo é lá. O separatismo é se não quiserem manter a coesão”, diz.
Alberto João Jardim também lança críticas para solo madeirense. “Não perdoo os que estiveram ao meu lado e me metem facas nas costas, nas alturas mais difíceis. Isso é terrível, dá-me um asco”, atirou.