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Jardim: “Convoquei um congresso para capar a golpada à nascença”

alberto joao jardim3O presidente do PSD-Madeira, Alberto João Jardim, diz-se vítima de uma “golpada urdida no interior” do partido. Convoquei um congresso para tentar capá-la à nascença”, diz Jardim à Lusa, prometendo ficar sentado em casa a assistir a um “arraial”.

Alberto João Jardim revelou à Lusa que estava perante uma estratégia dentro do PSD-Madeira, que consistia em, “no final de 2014, início de 2015”, com a realização de um congresso no partido, ser escolhido um novo líder, para enfrentar as eleições regionais de 2015.

Perante o que chama de “golpada”, Alberto João Jardim antecipou-se e convocou um congresso. “O PSD-Madeira iria fazer um congresso, no qual iria escolher o novo líder do partido, posterior candidato do partido às eleições regionais de outubro de 2015. Antes que isso acontecesse, desencadeou-se esta golpada no sentido de rebentar o PSD-Madeira por dentro”, contou.

Assim, Jardim vai recandidatar-se à liderança do partido, antecipando que, caso não vença as eleições, ficará sentado “comodamente” em sua casa, a ver “um arraial” que se vai seguir, segundo vaticina.

Pela frente, Jardim terá o presidente da Câmara Municipal do Funchal, Miguel Albuquerque. “O que está em jogo foi que os adversários do PSD-Madeira perceberam que o PSD da Madeira só se pode derrotar por dentro”, refere ainda Alberto João Jardim, à mesma agência noticiosa.

Jardim acusa Miguel Albuquerque de “tentar derrubar a atual direção regional do PSD e provocar eleições antecipadas, para trazer a oposição à área da governação madeirense”. Albuquerque, segundo Jardim, quer continuar na política, mas não poderá ser eleito nas autárquicas do próximo ano.

E assim Jardim responde: “Antecipei-me e convoquei um congresso antecipado, para se resolver isto de uma vez. Não é em ano de eleições que vamos andar a brincar aos partidos. Convoquei um congresso para tentar capar esta golpada à nascença, para que não pudesse entrar no ano de 2013, que é um ano de eleições autárquicas”.

E é um cenário de cisão histórica no PSD-Madeira que Alberto João Jardim enfrenta, mais de 30 anos depois de exercer o cargo de líder do partido e do Governo Regional da Madeira. Nunca a liderança de Jardim esteve em causa, muito menos no seio dos sociais-democratas.

“Nos outros países, só se contesta o líder quando o líder está na oposição, ou quando perdeu eleições. Aqui, a Madeira tem dessas originalidades. Contesta-se um líder que está eleito por maioria absoluta para governar durante quatro anos”, remata.

Saliente-se que Miguel Albuquerque já anunciara a sua candidatura em maio passado. Se perder as eleições internas, Alberto João Jardim promete ir de “férias”, sendo que a Madeira “irá ficar paralisada durante meses”. Por seu turno, Jardim estará “em casa, comodamente, a assistir” à sua sucessão, que prevê instável e perigosa.

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