Economia

Já há um bot a recrutar na Internet e foi feito por portugueses

Foi avaliado em 5.1 milhões de dólares no final de 2018 e já foi investido em mais de 400 mil dólares por entidades como a Universidade de Oxford ou a Will Group (um dos gigantes do recrutamento no Japão). Chama-se Newton, recruta através do chat do messenger (no Facebook) e foi fundado por portugueses em São Francisco. A startup vai expandir para Portugal e para o Japão em Fevereiro.

O sistema permite encontrar candidatos adequados para uma posição e vice-versa em cerca de 20 minutos. É uma tecnologia com inteligência artificial que cruza o deep learning e o processamento de linguagem natural para conseguir chegar às melhores correspondências. A startup que foi fundada no ano passado conta já com clientes que vão desde incubadoras como o Y Combinator ou o 500 Startups até grandes companhias como é o caso da Nike.

Com o sistema totalmente operacional nos EUA, o Newton vai abrir portas em Portugal e no Japão, no início de fevereiro. Nos dois países haverá elementos afetos tanto ao desenvolvimento da tecnologia como ao desenvolvimento de negócio. Em Portugal, a empresa está já incubada na Startup Lisboa, e o sistema encontra-se agora em fase piloto, mas estará a funcionar já no final de fevereiro, para já, para posições técnicas e em língua inglesa.

Em abril, o sistema vai permitir recrutar noutras áreas. “A tecnologia é muito dependente da linguagem. Cada vez que entramos num país novo temos de fazer a adaptação e treinar os algoritmos para a região em questão”, esclarece Hélder Silva, cofundador do Newton.

Com o investimento e a expansão para os mercados europeu e asiático, estima-se um retorno de 10 milhões de euros para o ano de 2019. Só a atividade em São Francisco já trouxe mais de 80 mil candidatos à plataforma.

Usar a Inteligência Artificial para converter dois dias de trabalho em apenas 20 minutos Rui Costa e Hélder Silva conheceram-se num hackathon, no Porto, em 2016 onde desenvolveram uma rede para alumni: “O objetivo era tornar os alumni mais próximos da universidade e dos recrutadores. Desenvolvemos a plataforma e falámos com centros de carreira e muitos alumni. Começámos a perceber que o tempo de decisão dos nossos clientes, as universidades, era muito moroso e que o potencial estava no mercado de recrutamento”, explica Hélder Silva.

“Percebemos que o mercado era ineficiente e que podíamos fazer a diferença se utilizássemos o processamento de linguagem natural para fazer a correspondência entre as ofertas e os candidatos”, conta Rui Costa, cofundador do Newton.

O sistema utiliza processamento de linguagem natural para ler a informação de cada oferta de trabalho. Isto faz com que o Newton compreenda que motorista de camião e estafeta de entregas podem ser trabalhos indicados para o mesmo perfil. Também quer dizer que consegue entender o nível de senioridade através do salário.

“O que estamos a fazer de novo é a listar uma oferta de trabalho pelas competências necessárias e não pelo seu sentido literal. A ideia é cortar com todas as barreiras que impedem um candidato de chegar à sua oportunidade de emprego ideal. A beleza desta tecnologia é que, para além de nos trazer uma solução que apresenta os melhores candidatos especificamente para aquela oferta, consegue fazê-lo em cerca de 20 minutos e livre de bias”, explica Hélder Silva.

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