Investigadores portugueses ajudam a criar teste “rápido” do cancro do ovário
Projeto internacional foi distinguido esta quinta-feira com o Prémio de Inovação e Saúde i3S – Hovione Capital, um prémio internacional criado este ano pela Hovione Capital e pelo Instituto de Investigação e Inovação em SAúde (i3S). Visa o desenvolvimento de um dispositivo portátil capaz de diagnosticar o cancro do ovário rapidamente, através de uma gota de sangue.
Segundo explicações fornecidas à agência Lusa por Inês Pinto, investigadores do Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia de Braga (INL), a entendida portuguesa inserida no projeto, o dispositivo promete funcionar de forma “rápida e simples”, precisando apenas de uma amostra reduzida de sangue – entre dois a três microlitros.
Esta tecnologia inovadora é tida como um complemento às já existentes em ambientes hospitalares, pois permite um maior flexibilidade em termos de monitorização de uma doente, mesmo já tendo sido diagnosticada com cancro do ovário.
“Não é necessário um laboratório tecnologicamente elaborado ou um técnico especializado para operar este novo dispositivo visto que pode funcionar como um teste simples e rápido, o que leva a uma redução significativa de custos e permite uma descentralização de serviços”, explicou a investigadora.
Inês Pinto contou ainda que o diagnóstico obtido através deste dispositivo permite um acompanhamento “adequado” às doentes. Adicionalmente, o mecanismo pode ser utilizado para detetar outro tipos de doenças.
Em mais de 75 por cento dos casos, o cancro do ovário é detetado em estados avançados, o que o leva a estar associado a uma taxa de mortalidade elevada.
Nesse sentido, a cientista sublinha a “urgência de um teste como este”, uma vez que possibilita um diagnóstico precoce, é menos dispendioso e mais específico que os exames tradicionais.
O desenvolvimento desta tecnologia teve início há cerca de cinco anos, no âmbito da investigação em biologia, e encontra-se agora numa fase de otimização.
