O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga hoje o défice orçamental de 2018, que o ministro das Finanças antecipou que tenha fica próximo dos 0,6 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
A primeira Notificação do Procedimento de Défices Excessivos (PDE) de 2018, que inclui o valor do défice orçamental do conjunto do ano passado apurado em contas nacionais – a que conta para que Bruxelas avalie se as regras europeias estão a ser cumpridas – será enviada pelo INE para a Comissão Europeia.
Em 06 de fevereiro passado, o ministro das Finanças, Mário Centeno, disse no parlamento que o défice orçamental de 2018 ficou próximo de 0,6 por cento do PIB, revendo em baixa a última estimativa do executivo.
No Orçamento do Estado de 2018 (OE2018), o Governo tinha previsto um défice de 1,1 por cento do PIB, estimativa depois revista para 0,7 por cento do PIB no Programa de Estabilidade 2018-2022 e confirmada na Proposta de Orçamento do Estado para 2019.
Os economistas ouvidos pela agência Lusa afinam com a estimativa mais recente do Governo, antecipando que o défice se tenha fixado em torno dos 0,6 por cento do PIB em 2018: o professor da Universidade Católica João Borges de Assunção fala num intervalo entre 0,4 e 0,6 por cento do PIB, enquanto o BBVA prevê um valor “em torno de 0,6 por cento”, o Santander avança uma estimativa entre 0,5 e 0,7 por cento, o Montepio aponta para os 0,6 por cento e o BPI para os 0,7 por cento.
Já a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) e o Conselho das Finanças Públicas (CFP) estão mais otimistas para o défice do ano que passou, com os peritos da UTAO a preverem que se tenha fixado nos 0,4 por cento do PIB, enquanto o CFP mantém a previsão de 0,5 por cento no seu relatório “Finanças Públicas: Situação e Condicionantes 2019-2023”, divulgado em 14 de março.
Quanto ao Banco Best, corrobora a previsão mais otimista da UTAO.
Em 2017 o défice orçamental ficou nos 3 por cento do PIB, incluindo a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, mas teria sido de 0,9 por cento sem esta operação.
O executivo prevê um défice de 0,2 por cento do PIB em 2019, enquanto o CFP antevê um défice de 0,3 por cento este ano, que pode, contudo, agravar-se em 0,4 pontos percentuais, até 0,7 por cento do PIB, considerando a injeção de 1.149 milhões de euros no Novo Banco em 2019, dos quais 400 milhões de euros já estão previstos no Orçamento do Estado para este ano.
