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Há 19 vítimas de violência doméstica por dia em Portugal

violencia-domesticaOs casos de violência doméstica em Portugal estão a aumentar, segundo a APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, que regista uma média de 19 agressões por dia e aponta mais cinco mortes, numa comparação entre 2010 e 2011. Um estudo do Programa para Agressores de Violência Doméstica trouxe, no entanto, indicadores positivo: aumento do “autocontrolo dos agressores” e a consciência de que são responsáveis pelos seus atos.

Os números não mentem e a realidade em Portugal não é ocultada pela entidade que levou a cabo o Programa para Agressores de Violência Doméstica. Em 2008, houve 20 394 casos de agressões no seio familiar, enquanto em 2010 se verificaram 25 129. Esta diferença de valores representa um aumento de 23 por cento.

No Dia Internacional da Mulher, estes números foram reforçados por outras estatísticas, da APAV, que contabilizou, em 2011, uma média de 19 vítimas de violência doméstica.

Registe-se que não são apenas as mulheres que são vítimas deste problema social. Os homens (ainda que em menor percentagem) também entram nas estatísticas. Mas oito em cada dez vítimas são mulheres.

Os indicadores de 2011 mostram um crescimento significativo da violência doméstica, fenómeno que não abrange os casos em que as vítimas são menores. A APAV assinalou mais de 15700 crimes de violência doméstica, no ano passado.

No que diz respeito aos homicídios, 2011 não trouxe boas novas. Verificaram-se mais cinco agressões fatais do que no ano de 2010. O perfil da vítima está traçado: é mulher, tem filhos, trabalha por conta de outrém e reside nos grandes centros urbanos.

PAVD encontra dados positivos

Mais do que permitir sentir o pulso a este drama, o Programa para Agressores de Violência Doméstica tornou possível perceber as realidades que gravitam num problema social que urge combater. E fornece indicadores relevantes: apesar do aumento de casos, verificam-se sinais de melhoria no “autocontrolo dos agressores”, segundo indicou recentemnte a responsável do Programa para Agressores de Violência Doméstica, Isabel Batista.

O programa tornou evidente que os agressores, em vez de atribuírem as razões dos atos praticados a fatores exteriores, relativizando a sua culpa, já começam a tomar consciência de que são responsáveis pelos próprios comportamentos.

O PAVD contou com a participação de “123 agressores”, que atravessaram as diversas fases do programa, “ao longo de 103 horas”.

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